Quem leu "As intermitências da morte" de José Saramago sabe que a morte resolveu, depois de um período de greve, mandar à pessoas sobrescritos roxos com a data de sua morte para que pudessem terminar quaisquer questões que precisassem antes de morrer. - Calma, não se trata de um spoiler.
Refletindo um pouco sobre a carta da Morte, notei que ela tem um movimento muito parecido. Quando ela pinga em uma leitura, quem é do ramo logo pensa: lá vem mudança, transição etc e tal. Quem não é, logo se assusta... muito por conta da ideia que a Morte passa pela dor e pelo luto e por emoções que são de fato muito dolorosas...
E, por mais que nós, tarólogos, tentemos colocar uma cobertura de açúcar sobre a interpretação da carta, o que ela traz é exatamente o que está posto... Aliás, curioso pensar que muito do que está nos símbolos pode ser bastante literal.
Morte tem ritual, tem funeral, tem desapego, tem lágrimas... e tem uma partida. Sempre uma partida. Não sabemos bem para onde... e ainda quando... a questão é que os moribundos passam as fronteiras e se vão. Quem dera, em paz.
O arcano 13 traz, claro, a ideia toda da vida nova... seja em vida ou em morte. A questão é que nem sempre é simples deixar ir... Nosso mundo físico prevê muitas mazelas e dores. Talvez, e isso estou dizendo de forma fria, é observar os rituais. Existem os momentos que nos revoltamos com o que é divino, outras que nele buscamos conforto.
Meu ponto final nessa história toda é que não estamos prontos. Mas ela vem. Gadanha afiada, peito sangrando... E quando vc acha que está matando, ganha um pouco da estocada também.
É uma carta de trocas... dessas de dividir águas.
Pietra, enlutada
Boas vindas a quem chega!
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sem o que dizer, de tão visceral este post.
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