Moderação

A Temperança, como virtude, como símbolo, é a atitude da moderação. Ou quem sabe, da percepção do excesso.

Ando pensando nela em vários aspectos. Primeiro em como, damos- nos por ela quando abrimos os

olhos para os exageros. Seja por manifestações físicas ou materiais ou, simplesmente, por exame de consciência. E uma vez, com essa consciência tomada, fica mais fácil de aparar as arestas. A segunda, como uma cura. Como uma paz que toma no estar do cotidiano que é vivido de forma pacífica e lúcida.

A moderação pode ser a sopa leve que tomamos para desintoxicar o corpo depois das festas. Pode ser o planejamento dos "dinheiros" de janeiro, uma vez que existe um batalhão de impostos, taxas e despesas esperando pós ano novo. Pode ser um merecido descanso, reparador, depois da atividade exaustiva.

Não penso que a coisa aconteça como uma balança... um tico de excesso, dois de moderação. Não. Quando se nota o que precisa de freio, simplesmente, freia-se. E com o diminuir da velocidade, aprecia-se o que está em volta.

A Temperança requere uma pequena receita. De misturar tanto a excitação quanto da parada. É a cura e a tranquilidade. É perceber que o nos importa merece um tanto de importância.

Viver um tanto menos, é mais. Talvez não precisemos de tudo que acreditamos que precisamos. Ou que nos acostumamos a precisar.

Olho em volta e agradeço cada uma das pequenas - e das grandes, por quê não? - que já estão presentes aqui.

Assim, convido, a mim mesma, inclusive, a sempre que achar que precisa de algo, que tal pensar na metade disso? Não como econômia, mas como um contentemento frente ao que já está lá?

Um tico de retidão... um tico de movimento... muitos sorrisos no rosto e uma tremenda satisfação do que já se conquistou =)

Pietra