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domingo, 15 de fevereiro de 2015

Apenas um livro...

Eu estava pensando um pouco na coisa do tarot e do ofício de lidar com ele... como uma profissão, como ofício e no que ele mexe conosco e quais são suas competências e habilidades, como se deve ter em qualquer trabalho que se faz.

Uma das principais competências é saber interpretar o que aqueles símbolos, palavras, arquétipos querem dizer. Eu até comentei com uma consulente esses dias: "eu faço muitas perguntas". O que pode parecer estranho, afinal quem geralmente vem cheio de perguntas é o próprio consulente. Pois bem. Penso eu que é muito importante que possamos colocar bem as nossas palavras e que quão mais genérica é a situação que nos é posta, mais genérica tende a ser a nossa interpretação das coisas. Uma coisa é vc saber que "uma pessoa está planejando fazer uma coisa e quero saber se vai dar certo"; outra, diferente - e mais rica - é saber que "seu irmão está planejando viajar para as ilhas Fiji e se a viagem vai dar certo".

Acredito que tem a ver com os contornos que se desenham sob uma situação. É muito mais fácil interpretar uma série de cartas frente ao que é posto. CLARO que o consulente pode se reservar ao direito de sentar à nossa frente e esperar que falemos o que está nas cartas. Tem até um gosto de desafio. Agora, não é muito melhor quando trabalhamos em time com uma pessoa? O trabalho do tarólogo, do tarotista é assim. Não é fácil para o médico ajudar quem não sabe descrever seus sintomas. Não é fácil ajudar uma pessoa que não conta qual é o problema.

Para que a competência de interpretar aconteça, além de conhecer os símbolos e seus significados, há essa empatia que se forma com o consulente. E talvez aí uma coisa seja mister: a confiança. Fico imaginando o que é sentar na frente de um desconhecido que tem na sua mão "o bem e o mal" de acordo com que muitos acham sobre quem trabalha com oráculo, e abrir o coração. Nessas horas eu penso que somos muito mais que do oráculos. Somos quase como terapeutas e a empatia, o envolvimento que é preciso para desenrolar uma porção de nós se faz necessária.

Tem a prática. Tem o jeitinho de falar. Claro que por vezes, dar umas "bordoadas" vale a pena, mas nem sempre o consulente está pronto para isso. Nem sempre sabemos se ele está ouvindo o que estamos dizendo. Mas, como diz um excelente tarólogo de BH, eu trabalho para interpretar e não para acertar. Imagina o bônus quando a gente acerta.

Por fim, do relacionamento que temos com as cartas e com as pessoas envolvidas, muito do que eu acredito que aconteça também é o interesse em efetivamente resolver um problema ou ter esclarecimentos... Quantas de nossas leituras não acabam terminando em grandes confirmações do que o consulente já vem pensando. Nessas horas somos o instrumento. A ponte. O leitor do livro de páginas soltas que apenas organiza os pensamentos, as sentenças, os capítulos.

Geralmente, quem busca o tarot já sabe todas as respostas. Mas as precisa canalizadas pela boca do outro... catarse de cartas.

Pietra

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