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quarta-feira, 24 de julho de 2013

Das palestras que participei na Confraria Brasileira de Tarot - 2013

Foi um final de semana muito intenso!

Houveram encontros. Conhecemos pessoas novas. Muitos saíram encantados e todos com questionamentos, tenho certeza. E, obviamente, comigo não seria diferente. Então, das palestras que eu participei - pq esse ano eu disse que iria - seguem alguns aprendizados, entendimentos e questões =)

Na sexta-feira, a Confraria foi aberta pelo Paulo Vasc que veio lá do Rio de Janeiro e nos falou sobre correspondências possíveis entre a Astrologia e o Tarot. Sabemos que isso aparece de diversas formas e em vários decks, como no Thoth Tarot - do A. Crowley - mas o toque que ele deu e me deixou maluca foi chamar a atenção das pessoas para as cartas de corte.

Ele comentou que, no Tarot Mitológico (um querido da maioria dos tarólogos e, historicamente, um iniciador de tarólogos, afinal era o que tinha, editado pela Siciliano, lembram?), todas as cartas de corte mostram explicitamente a qual signo se reportam. Prestem atenção nos detalhes. E advinha onde está Libra? No Rei de Espadas... imagina isso... Acredito que essas dicas possa facilitar e muito a interpretação das cartas de corte. Para ver e conhecer o deck: http://www.clubedotaro.com.br/site/h23_20_mito_sonia.asp

No sábado, eu palestrei sobre as Virtudes Cardinais no cerne do tarot e como a filosofia Neoplatônica nos segue até hoje na interpretação do tarot e como pode nos ajudar a fluir melhor em sociedade. Um pedacinho da minha palestra está aqui: http://twitcasting.tv/f:531549197/movie/15821069

Também tive o privilégio de traduzir a palestra da taróloga norte-americana Donnaleigh de LaRose. Ela mantém um podcast incrível com entrevistas ótimas - historiadores, criadores de decks, vale mt a visita. Ela nos trouxe uma reflexão incrível de como nossas percepções podem nos fazer esbarrar nos significados do que o tarot traz. Assim, a analogia que fez foi de que uma leitura pode ser uma Casa de Espelhos, como dessas de parques de diversões. Vemos imagens, reflexos, distorções, esbarramos em vidros, batemos a cabeça. Então, é importante que possamos ir além das percepções mais imediatas, fechar os olhos e permitir que o tarot nos guie pelas mãos para entender o que está sendo dito. E isso é feito quando observamos o quanto do nosso ego está entrando na leitura... o quanto dos nossos conhecimentos prévios estão ali e o quanto podemos nos distanciar disso e olhar para o símbolo. O mesmo para o consulente. Uma proposta de exercício incrível foi fazer uma leitura como vc e depois, como uma outra pessoa. Uma outra dica poderosa é perceber o karma, mas não como punição e recompensa, mas como as ações tomadas tem reflexos e consquências... não boas, nem ruins... mas reflexos. Como nossas atitudes impactam outras. E como acabamos também por projetar e deixar projetar pelos outros sentimentos muitos. Vale a pena pensar o quanto de nós estamos colocando nos outros, nas leituras... Para conhecer o trabalho da Donnaleigh, acesse: http://www.donnaleigh.com e o podcast em http://www.tarottribe.com - vale dizer que está tudo em inglês.

Cansados? Não... que bom. Pq teve mais!

No início da manhã, acompanhei a palestra do Sr. Constantino Riemma, que cura o site Clube do Tarô. Ele nos falou sobre as mancias e como elementos da natureza, da sociedade se tornam mancias... e como conhecimentos que estão entre as pessoas simples do povo acabam ganhando ares mais seculares e das camadas sacerdotais por estudos... Assim, algumas mancias, como augúrios, por exemplo, podem ser fechadas e estudadas... mantidas. Outras, como a interpretação de sonhos, pode mudar de comunidade em comunidade e ter várias interpretações possíveis, todas certas. Uma outra questão é como os jogos se tornam mancias: dados, dominó, baralhos. Uma das conclusões que chegamos foi que  alguns instrumentos se tornam suportes. Pessoas com capacidades psíquicas, de canalização ou de um entendimento outro do mundo se tornam muito capazes de fazer com que as previsões se mostrem em cartas, por exemplo. E, pelo tempo e pela prática, acabam se tornando o que o tarot se tornou o que se tornou... e valendo dizer que isso tem 600 anos de história e um fechamento de significados (?) com pouco mais de 100... para pensar...

Uma das palestras que acompanhei no domingo foi da Zoe de Camaris. E foi sobre roteiros no tarot. Sem dúvida, a ideia de jornada, de jornada do herói é dada no tarot. Mas Zoe nos demonstrou como as imagens postas no cinema podem ser tanto imagéticas e claras das cartas e como os significados podem estar explícitos. Ela usou como exemplo o filme "O feitiço de Áquila"(1985) http://www.youtube.com/watch?v=1ODVyWqW4ps e como vemos claramente questões do Sol, da Lua, dos Enamorados, do Papa, do Diabo, do Eremita, do Louco... e fizemos um exercício delicioso de pensar em quais filmes encontramos um tema de cada carta... A Temperança na "Festa de Babete" ou Os Enamorados em todas as comédias românticas. Eu vejo a Morte em "Scoop" do Woody Allen... ou O Julgamento em "Questão de Honra"- incrível! http://youtu.be/5j2F4VcBmeo - Eu quero a verdade! Você não consegue lidar com a verdade... é o Julgamento.
Bastante para pensar e ver como os arcanos são vida e se refletem em arte. E como se tornam gatilhos de sentimentos e entendimentos.

Os queridos Leo Chioda e Gianne Portal abriram o projeto Arcana Vênus. Falaram sobre as possibilidades do amor e de amar. Na vida... e como isso reflete no tarot. O amor pode ser de paixão, de estabilidade, de amizade e de entrega... Juntamente com isso, ensinaram uma leitura ótima para aproximação de uma pessoa que toca num tópico ótimo: o arcano oculto. A leitura tem 3 posições básicas e se chama "O Encanto da Serpente". A primeira carta é quando a serpente sonda o ambiente... como estão as coisas, o terreno é limpo? Tem impedimentos? A segunda, a armação: o que é preciso fazer quando a "presa" é avistada. Recolhe-se? Mostra-se? E a terceira, o bote, como agir. Aí é que vem o arcano oculto. Soma-se os números das cartas tiradas anteriormente e tem-se O Veneno (de Vênus)  que mostra a melhor forma de atuar nesse romance. Uma dica interessante é colocar um tempo nessa leitura: como está o terreno nessa semana, mês, quinzena? Vale a pena experimentar!
Para conhecer mais desse projeto lindo, acesse: http://arcanavenus.wordpress.com/2013/06/16/arcana-venus/


Espero que, outros que estiveram conosco na Confraria possam compartilhar outras impressões, novas ideias e coisas muitas das palestras as quais eu não pude estar - sim, precisaria de um vira tempo!

Pietra,
feliz e descansada e ainda com muita coisa na cabeça!

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