Boas vindas a quem chega!

Este é um blog destinado a falar de tarot. Para escrever sobre tarot e suas infinitas possibilidades. Para ler tarot, presencialmente ou online.

Para agendar a sua leitura, entre em contato: pietratarot@icloud.com

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Confraria Brasileira de Tarot - 2015

Mesmo durante um ano atribulado, ela está aqui!

Texto de Edu Scarfon:

A confraria é um encontro para tarólogos, aspirantes e simpatizantes do tema. Acontece anualmente e nela, temos uma oportunidade para aprender mais sobre tarot, trocando experiências com outras pessoas que também compartilham desse caminho. Durante o final de semana, acontecem várias atividades, tais como: palestras, workshops, leituras e oficinas.

Na edição de 2015, o tema será “Magia com as Lâminas do Tarot”. Durante a nossa caminhada, temos acesso ao vasto e rico mundo dos arquétipos. Além deles, em cada carta repousam símbolos e significados que constituem uma egrégora. Podemos utilizar das energias dessas cartas e do que elas representam para que obtenhamos força para superar uma situação ou para emanar uma energia de movimento para aquilo que se conserva estagnado. Muitos usam da magia ao reconstruir o resultado de suas tiragens, do modo que gostariam que as cartas tivessem se apresentado.

O fato é que todo mundo que está neste caminho em algum momento, já fez magia com o tarô. Uns de forma mais simples, outros de modo complexo. Mas que estes dois caminhos (magia e tarot), de algum modo se encontram, isso é fato. Já que ambos são eficazes num processo alquímico e de desenvolvimento pessoal. 


Venha participar de mais uma edição da Confraria Brasileira de Tarot, meditar sobre este tema, rever amigos e aprofundar-se neste estudo a cada dia mais apreciado pelas pessoas. 

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Colaboração: 6 dicas do que fazer em caso de uma revelação desagradável no Tarot

Olha que bacana! A Bia Gonzales, do blog Decorafino, escreveu um texto para o Tarot: Leitura e Escrita. Espero que gostem!

Pietra

Muita gente evita o Tarot porque medo de receber más notícias. Esse sentimento é comum em algumas pessoas.  Mas significa, na verdade, que a pessoa tem medo de ficar presa em um destino imutável. O Tarot é exatamente para o evitar isso.
Ao nos conectar com nossa intuição, nosso Eu-Maior, o Tarot é capaz de nos ajudar a melhorar nossa
vida. Tive uma experiência incrível com Tarot do Amor que me fez enxergar as cartas de outra maneira. As revelações que enxergamos como desagradáveis muitas vezes podem ser as melhores para transformar nossa vida. 
Se você encarar como um alerta de mudança, vai aprender muito sobre si mesmo e pode até evitar uma situação realmente ruim. Aprendi essas dicas que vão te ajudar a lidar com qualquer situação inesperada que as cartas posam mostrar:

  1. Veja a posição da Carta
A posição da carta pode indicar o passado, o presente e o futuro. Muitas vezes se uma carta que revela um problema ou uma situação difícil aparecer na posição do passado, pode significar que você já superou isso. No presente ela geralmente evidencia algo que você conhece. Enquanto no Futuro é melhor ainda, pois te da uma ideia do que pode acontecer se você mantiver as atitudes que vem levando – ou seja, te dá um aviso para mudar o rumo do seu destino.

  1. Use seu livre arbítrio
Você é responsável pelo seu destino e as cartas são indicadores do que pode acontecer. Encare-as como alertas de mudança e não como destinos imutáveis. Lembre-se que o Tarot revela uma situação potencial que pode acontecer se você continuar com as atitudes que vem mantendo – e claro, pode mudar o destino se alterar esses comportamentos.

  1. Não fique ansioso
Existe uma linha de consciência que sugere que pensamentos tornam-se coisas e se você gasta seu dia todo preocupado sobre o que pode acontecer – então isso realmente acontece. O poder do seu pensamento é muito grande. Focar-se em problemas acaba os atraindo. Então se você tiver uma revelação desagradável em uma leitura, não fique ansioso por isso. O que nos leva a nossa próxima dica...

  1. Foque na mensagem positiva
Certamente o tarólogo vai te dizer isso e mostrar que apesar da carta não tão boa, existem outras positivas mostrando coisas agradáveis ao seu redor. Foque nessas coisas boas e a luz vai crescer e superar as trevas. Lembre-se: o que você foca, cresce. Então mantenha em mente aqueles pontos brilhantes que aparecerem durante a leitura. 

  1. Esteja aberto em sua leitura
A melhor maneira de aproveitar sua leitura de Tarot é estar tão aberto quanto possível para todos os cenários. Não se consulte para confirmar o que você quer que aconteça, mas faça para confirmar o que está acontecendo, o porquê e o que vai acontecer como resultado disso. Deixe o processo fluir e afaste os medos e expectativas do seu ego. As cartas sempre trazem respostas mas não quer dizer que vão trazer as respostas que nossa mente humana quer.

  1. Converse com o tarólogo
Sabe aquele papo de “não vou dizer nada para esse tarólogo para ver se ele é realmente bom”? Não passa de um terrível engano. Se você quer uma leitura honesta, real e com um verdadeiro diálogo entre você e as cartas, deixe esse tipo de comportamento de lado. As cartas acabam revelando quando alguém coloca barreiras na leitura e o único prejudicado é você.


Bia Gonzalez: arquiteta, carioca, apaixonada por internet e blogueira do www.decorafino.com.br

sábado, 14 de março de 2015

Fórum Nacional de Tarô - 21/03/15

Logo mais, acontece o 4o. Fórum Nacional de Tarô, organizado pelo escritor Nei Naiff.

O evento será dia 21/03/15 - sábado e as inscrições terminaram, felizmente, lotando todas as vagas. =)

Mas, não tem motivo para tristeza... as mesas serão transmitidas pela internet e poderão haver interações online.

Vou participar da terceira mesa: O tarô na internet e na televisão.

Já estou esquentando meus motores para conversar sobre isso...
E claramente irei comentar o que eu ver e conversar por lá =) E como é gostoso, porque desses encontros sempre saímos cheios de boas ideias!

Quer saber mais? Das outras mesas?

Acesse: http://www.neinaiff.com/forum/index.htm



quinta-feira, 12 de março de 2015

Viver de virtudes... começar loucuras...

Depois de um impedimento básico para postar aqui, via blogger que não carregava de jeito nenhum, chega a nova lunação e seu novo arcano... e até uma nova perspectiva, que na verdade está me deixando bem pensativa.

Mais uma lua cheia e mais uma Justiça desponta. Mais uma... outra virtude... de novo... e eu consigo pensar em duas coisas: ou realmente eu tenho uma necessidade brutal da vida de aprender a ser virtuosa - o que, de fato, quem realmente o é? OU será que não está na hora começar um movimento novo? E quando soltei essa pergunta para o tarot, eis que me vem O Louco... Hora de dar um salto.

Não que eu ache que seja desnecessário conhecer e viver as virtudes. Muito pelo contrário. Se houvessem mais pessoas fazendo uma busca deste tipo, talvez nosso mundo fosse melhor. No entanto, estou pensando em quanto não faz falta aprender ou estar com a energia da Imperatriz ou do Sol, do Mundo, dos Enamorados... enfim... e, claro fique que não estou desejando uma Morte ou coisa parecida.

Enfim... De alguma forma, a questão das virtudes é importante porque elas ajudam a equilibrar a vida cotidiana. Ter seus princípios firmes e conhecidos abre a percepção e, quiçá, ajuda na hora de tomar algumas decisões ou de manter uma postura. Aliás, talvez aí a grande coisa seja exatamente essa: as virtudes nos permitem manter uma postura minimamente ética e decente na vida do dia a dia. Não dá para deixar de lado.

No entanto, tem um Louco na praça. E eu sei que ele está lá tanto cheirando as flores quanto pensando o que tem do outro lado do coreto.

Quem sabe essa não vai ser uma dessas luas de deixar a cabeça fervilhar? Inspirar-se para começar de novo, novamente?

Penso que talvez o melhor de tudo seja poder encarar isso tudo de olhos limpos... sem obrigações, no sentido de: ok, e se eu tivesse que começar tudo de novo???

Pietra, enlouquecendo (os outros) por aí

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Curso EAD: Virtudes Neoplatônicas nas cartas do Tarot

O tarot sempre alcança quem o busca. Agora, além de tudo, conseguimos fazer aulas à distância =)

O Tarot Zone está oferecendo, no dia 28/02, o workshop sobre As Virtudes Neoplatônicas nas Cartas do Tarot.

Ano passado, o curso foi presencial e foi um sucesso! Agora, os interessados do Brasil todo podem juntar-se e estudar o tema, baseado no baralho "The Seven Fold Mystery" e no livro "Tarot: history, symbolism and divination", ambos de Robert Place.

Faça sua matrícula em: http://tarotzone.eadbox.com/cursos/as-virtudes-neoplatonicas-nas-cartas-do-tarot

Até lá!
Pietra

terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

O Diabo de Rosemary

Como arcano da lunação, impossível não pensar nele e ver onde ele aparece... E tenho buscado muitas formas de percebi-lo, porque, de tudo, o diabo em si, não deixa de ser uma figura mitológica para mim. Talvez algo que não fez parte da minha criação. Eu não tinha, não tenho medo dele. Compreendo a sua natureza, como arquétipo e não como entidade.

Vendo ao filme "Bebê de Rosemary" - sim, eu sei, 59 anos atrasada - fiquei impressionada como tudo rola em torno desse arquétipo. Aliás, imagino que para quem seja cristão e talvez mesmo ache que vá haver um anti-cristo físico, deve ter sido bem perturbador. Mas, pensando na coisa toda como uma alegoria, algumas coisas me chamaram muito a atenção:

A tentação: a vontade de fazer as coisas acontecerem no plano físico, de se aproveitar dele é o que a tentação é. E se a possibilidade de fazer isso acontecer em detrimento de todo um resto? A tentação é a filha do desejo. Quantas vezes o desejo e a vontade se cruzam, se amam e se afastam... A vontade conhece o reto? O desejo conhece o torto e o mal escrito?

O sentimento de encarceramento: Rosemary, na história, se engendrou em uma situação na qual não parecia ter saída. E desistiu. Penso que é como estar afogando-se e tomar pequenas lufadas de ar, afundar novamente. Nisso tudo, eu penso na frustração de ver movimentos tolidos. E quando é o ponto de simplesmente, ir com a maré?

O sofrimento: Dor. E o quanto do conflito interno acaba se jogando dentro do corpo e fazendo com que ele sofra? Tantas confusões, tantas possibilidades que deixam a cabeça perdida... E como dizia minha avó, quando a cabeça não pensa, o corpo padece...

As decisões difíceis: seguir crenças? Abrir mão delas para o novo? Deixar-se ser a mãe daquilo que uma maioria teme ou despreza? O dilema... essa é a escolha do Diabo.

Eu penso que talvez todas essas coisas estejam amarradas em si mesmas e que refletem mesmo o que é andar no escuro de dentro de cada um de nós. E que muitas vezes partimos de um sentimento de achar que estamos em algum controle - sentimento até que pode ser alimentado pelo tal do livre-arbítrio. Que não é uma coisa de todo mal, se for levado de uma forma sutil, ou seja, eu sou responsável pelas minhas escolhas, não as alheias. Quem sabe isso tudo não seja misturado com o fato de que seres humanos vivem em comunidade. E pensamos individualmente. Não acho que existe uma forma de controlar os outros... Claro que alguns podem se deixar levar, ou até, estar inserido em um contexto tão grande que formas de controle se exerçam. O lance, penso eu, é que a cabeça é livre. O pensamento pode ir para onde quiser e, por vezes, nem sobre as nossas indagações temos muito controle.

Ando bastante inquisitiva ultimamente. E talvez não exista uma forma humana ou organizada de, de fato, compreender o mundo no qual estamos inseridos como um todo. São muitos pensamentos soltos, não no sentido de estarem perdidos, mas de estarem acontecendo e muitas formas de percepção do que acontece.

Fico pensando o quanto é importante estabelecermos um mundo no qual estamos, uma consciência física para dar o mínimo de significado para a realidade que se apresenta. Não temos como controlar o mundo. O corpo pode estar preso na matéria, mas o pensamento, tão leve e tão presente, esse anda para onde quiser. A mente se prende? Se encarcera? Sem dúvida... o que podemos fazer para que se liberte?

Ouvi num treinamento de professores que as melhores perguntas são aquelas que não tem respostas. Tenho feito algumas. Será que o Diabo não mora nessa confusão de pontos de interrogação? Ou eles estão aí para fazer com que olhemos para além dos grilhões que nos seguram?

Estão vendo? Quantos pontos de interrogação têm este texto? Que tal mais um?
Pietra

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Apenas um livro...

Eu estava pensando um pouco na coisa do tarot e do ofício de lidar com ele... como uma profissão, como ofício e no que ele mexe conosco e quais são suas competências e habilidades, como se deve ter em qualquer trabalho que se faz.

Uma das principais competências é saber interpretar o que aqueles símbolos, palavras, arquétipos querem dizer. Eu até comentei com uma consulente esses dias: "eu faço muitas perguntas". O que pode parecer estranho, afinal quem geralmente vem cheio de perguntas é o próprio consulente. Pois bem. Penso eu que é muito importante que possamos colocar bem as nossas palavras e que quão mais genérica é a situação que nos é posta, mais genérica tende a ser a nossa interpretação das coisas. Uma coisa é vc saber que "uma pessoa está planejando fazer uma coisa e quero saber se vai dar certo"; outra, diferente - e mais rica - é saber que "seu irmão está planejando viajar para as ilhas Fiji e se a viagem vai dar certo".

Acredito que tem a ver com os contornos que se desenham sob uma situação. É muito mais fácil interpretar uma série de cartas frente ao que é posto. CLARO que o consulente pode se reservar ao direito de sentar à nossa frente e esperar que falemos o que está nas cartas. Tem até um gosto de desafio. Agora, não é muito melhor quando trabalhamos em time com uma pessoa? O trabalho do tarólogo, do tarotista é assim. Não é fácil para o médico ajudar quem não sabe descrever seus sintomas. Não é fácil ajudar uma pessoa que não conta qual é o problema.

Para que a competência de interpretar aconteça, além de conhecer os símbolos e seus significados, há essa empatia que se forma com o consulente. E talvez aí uma coisa seja mister: a confiança. Fico imaginando o que é sentar na frente de um desconhecido que tem na sua mão "o bem e o mal" de acordo com que muitos acham sobre quem trabalha com oráculo, e abrir o coração. Nessas horas eu penso que somos muito mais que do oráculos. Somos quase como terapeutas e a empatia, o envolvimento que é preciso para desenrolar uma porção de nós se faz necessária.

Tem a prática. Tem o jeitinho de falar. Claro que por vezes, dar umas "bordoadas" vale a pena, mas nem sempre o consulente está pronto para isso. Nem sempre sabemos se ele está ouvindo o que estamos dizendo. Mas, como diz um excelente tarólogo de BH, eu trabalho para interpretar e não para acertar. Imagina o bônus quando a gente acerta.

Por fim, do relacionamento que temos com as cartas e com as pessoas envolvidas, muito do que eu acredito que aconteça também é o interesse em efetivamente resolver um problema ou ter esclarecimentos... Quantas de nossas leituras não acabam terminando em grandes confirmações do que o consulente já vem pensando. Nessas horas somos o instrumento. A ponte. O leitor do livro de páginas soltas que apenas organiza os pensamentos, as sentenças, os capítulos.

Geralmente, quem busca o tarot já sabe todas as respostas. Mas as precisa canalizadas pela boca do outro... catarse de cartas.

Pietra

domingo, 8 de fevereiro de 2015

Ver por outros lados

Assisti hoje o filme "Jesus me ama", de David Safier. Filme alemão. Muito bonito em sua direção de arte e fotografia. Excelente nos diálogos e bem claro em relação à mitologia cristã. O que, na verdade,
ajuda a entender um pouco melhor o que o diabo é para eles.

Ele tenta. Ele engana. Ele mente. Ele confunde. Ele te joga na cara as coisas que vc tem medo. Fato.
E o que podemos fazer de melhor em relação a isso? No limite, olhar de frente. Pegar o bode na unha.

Um dos diálogos interessantes do filme é quando a personagem Marie, depois de conversar com Deus - num estilo bem Harry reencontra Dumbledore na estação de trem - desabafa com Jesus. Coloca suas frustrações e lamenta imensamente suas falhas. O fato de ter caído em tentação. De ter sido egoísta. Que é uma pessoa ruim e que não consegue lidar com isso.

E é quando Jesus a consola, dizendo que isso é humano e que não se vale apenas pelas boas ações, muito menos por aparências. O que vale é a alma, o ser autêntico e reconhecendo isso, fazer o melhor que se pode.

Eu adorei! E penso mesmo que as coisas se dão dentro daquilo que somos... bem ou mal... A questão é que eu tenho uma visão diferente disso tudo, dada a minha formação espiritual. Eu, pessoalmente, acredito que não existe uma fonte de mal ou de engano. O Logos que tudo instaurou... Themis que mantém a ordem do Universo, Zeus que regula o céu e a terra, fazem com que a natureza humana siga seu curso, dentro de suas escolhas... com que tudo seja colocado em seus devidos lugares uma vez que estejam em desequilíbrio. E talvez o Diabo seja um pouco isso: o desequilíbrio.

Desde sempre o que me parece é que O Diabo é como Os Enamorados, com uma pequena diferença: as decisões do 15 são pesadas. Quase que posam um dilema. Um, onde talvez, ninguém ganhe.

O que vale pensar é que, dessas amarras todas, existe sempre um caminho...

Como disse Dumbledore uma vez: "Em breve teremos de escolher entre o que é certo e o que é fácil".
Pietra

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Diacho...

Existe um dito em inglês que coloca: "Talk about the devil, and he's sure to appear" (Fale do diabo, e ele aparece).

Dito e feito. Fiz tantos postings sobre ele, pensando na coisa do medo, das tentações e das amarras, que ele aparece na Lua Cheia.
http://www.thewitchescollective.com/Altars_Divination_Chants/tarot.html

E com sua imagem tenebrosa, eu penso: o que eu tenho de aprender com isso? Lições de esquerda? Reconhecer o medo? Me deixar cair em tentação?

Ainda não sei... mas por agora, penso no underground. No que não é de linha. Do que foge do comum. Não na pegada inocente do Louco, mas nos detalhes onde o Diabo mora. Em sua materialidade.

Opções sem amarras... que comecem os jogos. Há sempre caminhos, se o medo nos deixar olhar além.

Viver autenticamente, sem ter regras sendo enfiadas goela abaixo... Ainda não sei.

De tudo, "livrai-nos de todo mal"...
Pietra

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Diabo na literatura

Tarot of the Witches
E se não houvessem tentações a se cair?
E se a felicidade fosse constante (e por vezes, artificial)? Elas seriam nossas amarras?
E se crescemos realmente condicionados pelo meio em que vivemos?
E se a sociedade fosse sempre estável?
Quais seriam nossas formas de dar forma às sombras que vivem nos seres humanos?

Algumas perguntas perto do final do livro "Admirável Mundo Novo" de Aldus Huxley.
Pietra

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Percepção e a Sacerdotisa

Aprendi com José Saramago que a percepção é muito mais do que "arranhar" a realidade e tirar uma amostra dela. A percepção é efetivamente o entendimento - naquilo que podemos - do que nos cerca.
Zombie Tarot

Entendimento, por sua vez, é fazer algo ter sentido, ser significativo. E todas essas palavras levam para o tarot. O livro de páginas soltas é parte da vida para que possa ser lido e combinado, para que nos ajude em suas muitas palavras e signos, dar sentido ao mundo que nos circunda.

A Suma Sacerdotisa percebe, faz sentido, muitas vezes daquilo que não é visível. E penso que isso é um trabalho imenso e completamente necessário.

Nem sempre o que nos afeta, aquilo que buscamos o sentido é palpável ou disponível à visão. Mas... sinto que, mesmo fazendo parte de um mundo físico e cheio de barreiras, quantas mais coisas estão à volta e não são brutas como a matéria?

E os nossos pensamentos que sabemos existentes, mas que não podem ser tocados? Será a sensibilidade da Sacerdotisa que permite que os concretize na escrita em seu imenso livro da vida - e da morte?

Ela talvez seja uma dançarina de entre mundos... Uma conversadora de sutilezas e assim, sua tradutora.

A Sacerdotisa nos leva a conversas internas e externas profundas. E nos permite colocá-las em palavras. Senhora das sutilezas.

Pietra, esperando a Lua Cheia

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Um jeito interessante de ver o ano

Correndo o risco de chover no molhado, já é dado e sabido que a Mandala Astrológica é uma leitura muito boa para olhar questões pessoais e coletivas que falam tanto do indivíduo. No entanto, ontem tive uma experiência interessante fazendo a leitura da mandala para dar a uma consulente uma perspectiva do ano. De janeiro - casa 1 da mandala - a dezembro - casa 12, foi possível perceber como o ano dela iria desenrolar-se, mostrando ainda, momentos mais adequados para uma segunda ou terceira consulta para esclarecimentos ou potenciais aconselhamentos.

Alguns pontos dessa leitura...
A primeira coisa é que foi uma das últimas coisas que eu fiz na consulta dessa consulente. Isso é legal porque você faz todo o percurso do que o consulente precisa para depois colocar essas coisas todas em perspectiva dentro dos meses que se seguem. Em alguns casos, a repetição de cartas entre essas leituras ajuda a situar questões e a estipular um tempo de acontecimento.

Segundo, é que eu fiz isso tudo de um jeito bastante simples. Pedi a ela que se concentrasse em seu ano e a cada carta, mentalizasse o mês sobre o qual falávamos. Uma carta para cada mês, com aquela vantagem de ver arcanos maiores e menores, dando os contornos do ano.

Achei que valeu a pena. Evidentemente, vale a pena fazer a coisa do jeito certinho, seguindo o método americano ou europeu de tirar as cartas e fazer todos os aconselhamentos, mas para essa época do ano, onde muitos buscam as leituras para entenderem o que lhes espera nos próximos meses, foi uma experiência muito feliz!

Pietra

segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Suma Sacerdotisa, histórias de Deuses, o silêncio da boca e as palavras dos dedos

Uma história bem curiosa aconteceu comigo na Lua Cheia... segue como eu a relatei no Facebook:
"Vamos começar com histórias interessantes...
Lá em NYC conhecemos um senhor muito cristão que nos contou coisas bastante inspiradas sobre sua espiritualidade. Foi um dos poucos americanos que conhecemos que nos atendeu em algum lugar, pois na maioria dos lugares, diria 99%, os trabalhadores do comércio são imigrantes. Um homem negro (afro-descentende) imenso e com uma fala muito particular (you know what I'm saying?) cujas palavras eram muito sinceras e que ajudaram a compreender um pouco do que se passa na cabeça do gospel norte-americano. Nos contou sobre seu dom de falar em línguas e das coisas impressionantes que já viu e já ouviu, como nós quando vemos e ouvimos nossos deuses, guias e mestres. Muito do que ele disse, reforçou ainda mais a minha fé, pois como ele se sente sobre o Lord, é exatamente como eu me sinto a respeito dos Deuses... sobre Zeus, Afrodite, Hermes, Apollo e assim vamos pelo panteão. Então, na noite de lua cheia, eu sem um dos meus decks de tarot, lhe pedi um número: o que ele dissesse seria meu arcano do mês. Ele me respondeu: "eu diria 9, mas 2 parece mais adequado". Sacerdotisa  E vamos lá, seguindo por uma lunação na qual se SABE que ELES estão em todos os lugares. ‪#‎paganismo‬ ‪#‎deuses‬ ‪#‎sereshumanos‬
Bom dia! Bom ano! E paz profunda aos de boa vontade!"
Publicado em 8 de janeiro de 2015

Por incrível que pareça, achei nas livrarias de NYC pouquíssimos decks de tarot e nada que me impressionasse ou que eu não tivesse (oh vida difícil de colecionar hihihihi). Assim, confiei numa
Seven Fold Mystery Tarot
palavra inspirada de outra pessoa. E penso que me ajudou mt. 

As visitas aos museus, a vista sobre o crescimento da humanidade sobre a Terra, seus movimentos, suas crenças, poder estar junto com estátuas dos Deuses como elas eram há tantos muitos anos atrás... Foi lindo para reforçar o que eu já sabia Deles. Eles estão. 

A Suma Sacerdotisa fala muito do poder da mulher como ser atuante... mas que muitas vezes, atua sem dizer, sem justificar. Tenho me sentido assim. Capaz de pensar, de refletir... colocando muitas palavras pra fora. Estou me sentindo produtiva na escrita... tanto na literária quando na divina. Tenho conseguido colocar o tarot pra fora. Pra pensar e para ajudar. Até para colocar seus símbolos e arquétipos para construir a literatura. 

A Sacerdotisa te faz exatamente o que ela é: uma conselheira, um oráculo, uma sábia que nem sempre precisa falar. É só fazer. 

Agradeço honestamente... eu estava meio seca. Estar ao lado dos Deuses colocou um combustível novo e aditivado dentro de mim. Que bom!

Pietra, escrevendo e pensando

sábado, 10 de janeiro de 2015

Oráculos, Deuses e a busca humana pelo vir a ser...

Numa feliz visita ao American Museum of Natural History fiquei bastante impressionada com a parte "humana" da exposição permanente. Parece bobagem, mas pensando no museu em si, vem mt a coisa dos dinossauros e suas ossadas, de animais de diferentes locais do mundo. Porém, nos esquecemos, infelizmente, que somos parte da História Natural, que somos animais e que somos parte da natureza. Que nossos movimentos são sim biológicos e que formamos grupos que se moveram pela Terra como grupos de animais e que nossos hábitos também são como os deles. De todos. Assim, uma boa parte da exposição mostrava o desenvolvimento humano de diversos grupos. E um dos que mais me chamou a atenção foram os africanos. Possivelmente porque temos muito contato com essa cultura pela nossa formação social, afinal o que não é a influência africana no desenvolvimento da humanidade brasileira?
Central a quase toda sociedade africana era o oráculo. Poderia ser um médico, sacerdote (isa), chefe ou todos ao mesmo tempo. Todos são aspectos de uma necessidade essencial da ordem física e social. O termo "bruxo (a)" não se encaixa. O "medico" como é melhor denominado pois traz uma cura. O sacerdote pode forçar a cura. A divinação, no entanto, deve vir primeiro. Pode ser feita de várias formas. Todas as fofocas se convergiam sobre o oráculo, desde uma reclamação social como um roubo ou adultério, geralmente, ele já sabia a resposta vinda de uma forma divina. Caso seja algo físico, o conhecimento do grupo ou do "médico" era utilizado. Para questões menores, poderia ser aconselhado a obter um fetiche apropriado, para cura ou proteção. Quando um problema ia além do físico, entramos no campo da fé.


Objetos usados pelo oráculo.

Placa explicando alguns fetiches e oráculos.

Bem, em grupos africanos antigos que viviam nas planícies, as mulheres eram imensamente valorizadas como sacerdotisas, médicas, chefes, mães e oráculos. E sua fonte de leitura eram objetos simples que, dispostos de uma certa forma, davam a previsão. Não vejo como isso é diferente do tarot. São cartas, simples, que dispostas juntas, dão uma previsão, um conselho. O que eu acho mais curioso de tudo é como isso sempre esteve conosco... aves que trazem augúrios, conchas, dados, cartas, nuvens, fumaça... O que está acontecendo em nossa terra? O que acontecerá entre as pessoas? Penso que por milênios, as questões humanas sempre foram as mesmas... A diferença? Quando a humanidade entendia-se como parte do ambiente que a cerca, a visão do mundo e dos seus movimentos também mostravam o seu próprio. Era parte intrínseca dos grupos humanos. Hoje existe mt mimimi sobre adivinhação, previsão e aconselhamento espiritual. Existe picaretagem? Sem dúvida, mas porque igualmente passou-se a aproveitar-se da boa vontade alheia. A coisa saiu da esfera do clã, do grupo e por ser pública, pode atrair coisas erradas... em quem lê ou em quem é lido. Talvez seja o que pagamos pelo crescimento e universalização do mundo.

De qualquer forma, confiar no oráculo é confiar no rastro humano. No que a natureza tem a dizer. No que anos e anos de humanidade têm a mostrar como lição. Todos estivemos lá... voltaremos... cometeremos erros e subiremos em glória.

É... consulte sempre um oráculo!

Pietra

sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Quando fazemos isso de graça?

Se fazemos um trabalho, se temos um ofício, somos especialistas em alguma coisa. Seja qual trabalho seja... E acredito que, uma vez que temos um "talento", "dom", "especialidade" podemos usá-lo para nós, claro, mas sem dúvida, melhor ainda é quando podemos presentear outros com eles.

Não que eu ache que o trabalho de tarólogo deve ser agraciado o tempo todo, tanto pelo valor que ele tem quanto por tudo que o cerca: seu tempo, seu estudo, seu investimento, etc etc etc... No entanto, por tudo isso, pode ser um magnífico presente.

O padrinho de casamento dos meus pais conta que utiliza sua tarologia apenas em caso de doença e não cobra por essas consultas. Fiquei pensando muito nisso.

Silver Era Tarot
Tenho uma amiga que está numa situação muito delicada e eu sei que não conseguiria ficar ao seu lado toda vez que penso no que ela está passando. Porém, não sai da minha cabeça. Gostaria de fazer algo para ajudá-la. Para dar algo que eu considero valioso como uma forma de conforto, como uma forma de esticar a mão a quem precisa. Assim, em uma hora, querida, sua leitura estará pronta.

O valor das coisas pode ser meramente intrínseco. Na verdade o é. Cada um valoriza o que acha que o tem. Para uns, um carro X, Y ou Z... para outros, uma aula A, B ou C...

Em "A Viagem do Elefante", José Saramago fala sobre como podemos fazer nosso melhor.
"Eu não fiz nada, meu senhor, os méritos são todos de solimão (o elefante), Assim terá sido, mas imagino que em algo haverás ajudado, Fiz o que pude, meu senhor, por isso sou cornaca, Se toda gente fizesse o que pode, o mundo estaria com certeza melhor (...)" p. 253

Se, para ajudar quem deseja ajuda, podemos fazê-lo, por que não esticar as mãos?

Pietra