Boas vindas a quem chega!

Este é um blog destinado a falar de tarot. Para escrever sobre tarot e suas infinitas possibilidades. Para ler tarot, presencialmente ou online.

Para agendar a sua leitura, entre em contato: pietratarot@icloud.com

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Um exercício simples de leitura de tarot

A ideia veio do blog da Donnaleigh de La Rose - que palestrou na Confraria esse ano, inclusive. Donnaleigh e um grupo estão fazendo estudos excelentes de baralho Lenormand e fez a proposta de fazer uma leitura de 2 cartas de tarot utilizando a técnica do baralho cigano.
imagem: Donnaleigh de LaRose

Adorei!

Então segue como funciona - 2 cartas:

- Use um deck com imagens grandes e marcantes. De cara penso em Morgan-Greer ou mesmo o RWS. Acho que o Shadowscapes, por exemplo, pode dar uma distraída pela quantidade de detalhes.

- Como toda leitura, tem-se a pergunta, o embaralhar, o concertrar-se.

- Então, do deck saem duas cartas. O pulo do gato aqui é atribuir a cada uma, uma palavra chave.

- Com elas, é possível então fazer a leitura vendo como a primeira carta se relaciona e é modificada pela segunda.

Por exemplo:
O que preciso saber sobre o meu trabalho?
Pagem de Copas + Justiça
Mensagem de cunho emocional + Razão
Diria ao consulente que seria importante que tudo que fosse dito de forma emotiva (seja por mimimi, seja de forma calorosa, seja de forma emocional que for...) deve passar pelo crivo da razão. Deve ser filtrado.

Outro exemplo
Um amigo passa por um momento de luto. Como ajudar?
Lua + ás de ouros
Obscuridade + nascimento
Diria ao consulente que é importante que coloque sempre ao amigo o que existe e está ao seu redor e o que pode nascer nesse novo momento, para que ele não caia em momentos de ilusão e desorientação que o luto pode causar. E não, não é culpa da pessoa... a Morte aparece.

Interessante, não é?

O estudo original está aqui: http://www.divinewhispers.net/apps/blog/entries/show/32685100-how-to-read-tarot-like-the-lenormand


Pietra, experimentando coisas novas...

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Aprender de si... com o outro

Uma conversa interessante que aconteceu no 3o. Fórum Nacional de Tarô, em Belo Horizonte, MG, foi uma pegada de autoconhecimento. O quanto de nós aprendemos com o tarot e seu estudo e sua divinação? Muito, sem dúvida. Mas, como dizem nenhum homem é uma ilha. E dificilmente o que
prevemos ou que estudamos está impune do contato com o outro.

Sim, somos um em 6 bilhões e tanto de pessoas e sempre encontramos ressonâncias e dissonâncias entre os que nos cercam. Atitudes de desconhecidos que nos emocionam e tocam. Fazeres daqueles que convivemos geralmente são foco das leituras de tarot... e buscando um entendimento disso, acabamos percebendo as nossas próprias atitudes.

Nos projetamos o tempo todo nas pessoas. E são os movimentos do outro que revelam, por exemplo, um 3 de espadas. Sem dúvida, é um exemplo bastante evidente, mas que vale pensar: se não é a nossa ressonância com as palavras dos outros, seria o nosso coração perfurado?

3 de copas. O que faríamos sem os amigos para celebrar?

O Carro. Elevamos a alma a medida de que trilhamos o caminho reto e disciplinado o qual é cercado de outras pessoas. Atropelamos alguém? Paramos para que o outro passe? O que é o sucesso sem o reconhecimento?

E daí mais 75 exemplos...

Não tem por onde. O aprendizado da vida sempre se dá em relação ao outro. Como conviver bem? Como lidar? O que fazer? Aprendemos sobre nós mesmos porque nos vemos em círculos sociais que depertam escolhas, atitudes. Não sabemos o que damos conta sem o desafio que a vida humana, que o convívio humano prorpociona. Nem haveria parâmetros. Nem haveria quem admirar. Nem haveria quem afastar. Seríamos um lago de águas paradas. Ensimesmados.

Só sabemos quem somos e o que podemos quando temos o outro para interagir. Sozinho, ninguém se supera... se inspira... vive...

Pietra, que acredita na coletividade

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Escolhas apaixonadas

É dado que o tema dos Enamorados é a escolha. Na perspectiva da jornada do Louco, é quando, após aprender sobre autoridade, criatividade, nutrição, fé, chega o momento de tomar a estrada. E escolhido o caminho, vem o Carro e vamos até lá...

Escolha tem sempre um critério. Albus Dumbludore disse: "Lembrem-se, se chegar a hora de terem de escolher o que é certo e o que é fácil (...)". Nem sempre faz-se as melhores escolhas. O cansado pode escolher o que é fácil. Mas é isso que o coração manda?

Quando os Enamorados pulam do tarot, além do idílio, existe a questão de se entregar ao caminho. Uma escolha não é simplesmente tomar uma rota, mas ter paixão por ela. Dizem que o coração quer o que o coração quer. O coração, a intuição, a alma... E quando é ela quem grita conosco, as vozes físicas podem querer gritar mais alto... exercício de futilidade.

As escolhas apaixonadas dos Enamorados são as corretas quando tomadas de coração LEVE. Quaisquer escolhas que fazemos de coração e alma pesadas, não é a da paixão. Pode ser a da obrigação, talvez a do compromisso,  da tentação, talvez a esperada. Mas, mesmo quando escolhemos acordar cedo na segunda-feira para trabalhar por, pelo menos 8 horas no dia, é vital que se faça porque se é apaixonado pelo trabalho. Senão é uma amarra... e aqui mora o Diabo (15 = 1+5 = 6)

A paixão, o calor que move pernas e braços no caminho, é o movimento da alma. Aquela que está crescendo e que sabe por onde ir. Por tratar-se, inclusive, de uma questão muito maior que o indivíduo. 

Por fim, os Enamorados falam do que se pretere, claro. No entanto, quando o preferido é no que se pensa com um sorriso honesto no rosto... ah, a entrega...


"São nossas escolhas que revelam quem realmente somos, muito mais do que nossas qualidades."
Albus Dumbledore
imagem: Paulina Tarot
Pietra, que acredita na leveza dos passos na estrada a frente.

domingo, 1 de setembro de 2013

Divagações sobre o exercício da lunação

Quem acompanha este blog sabe que eu costumo fazer uma leitura pessoal toda lua cheia. É um exercício bastante pessoal que vem se seguindo por muitos anos. Que se tornou mesmo uma tradição.

Esse movimento tem alguns objetivos. O primeiro dele é conhecer e reconhecer arcanos no cotidiano. Um outro, e pelo primeiro, perceber as lições que o mês que a lua aponta têm para ensinar. E por fim, e por mais que se tente escapar, existe um movimento divinatório.

O que é interessante é que na primeira semana, o primeiro arcano maior fica muito marcado... e então, quando chega a lua nova, o arcano maior que guia a lunação se torna tão paupável que se pode cortar com uma faca. Está posto. O arcano se revela para mostrar realmente quem é. Invariavelmente, é o meio da lunação que mostra a que o arcano maior veio.

Para quem não sabe, o exercício é: na lua cheia, ou num momento significativo do mês, chega-se ao tarot e dele tira-se 3 arcanos, com o foco em si e em que lições são para serem aprendidas nesse novo momento: dois arcanos menores - o começo da estrada e o fim da estrada; um arcano maior - a forma de andar por esse caminho.
foto meramente ilustrativa =)

Sem dúvida que é um movimento que acaba causando alguma ansiedade, afinal de contas, quem quer passar UM MÊS com a Torre, por exemplo, no cangote? Mas, as lições são sempre importantes e com elas, tanto vê-se a "praticalidade" de uma carta. E também seus movimentos.

Muitos tarólogos não lêem para si... como médicos não se consultam. Eu acredito que temos um estudo, habilidades e competências e, se não for usada em nosso favor também, perdemos uma chance de praticar e de aprender. Afinal, o tarólogo, o tarologista não é uma pessoa acima do bem e do mal a qual o tarot não atinge pessoalmente. Ele chega, com suas doces copas ou com pesadas espadas. É a consciência do nosso trabalho. Da nossa reflexão. E fazer o exercício pelo MÊS permite que elas sejam digeridas e entendidas. É mais uma experiência que pode ajudar no estudo e nas leituras para outrém.

Essa lunação, de longe, não posso reclamar... Enamorados... e o coração muito, muito leve!

Pietra, seguindo o caminho da Alma da Vontade

PS: uma percepção, inclusive, sobre A Torre é que ela acontece muito rapidamente... e depois que desmorona, eu pego um novo arcano, para lidar com o que foi desfeito. Fica a dica!!

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

3o. Fórum Nacional de Tarô - BH

Eu fui! hehehe

Fórum é sempre bacana porque tem uma natureza muito diferente da Confraria. Claro que nos dois tem encontro, conhecer gente nova, bater papo... Mas, a Confraria também tem forte nela o estudo, aprender e ensinar. No Fórum, conversar, ponderar e refletir são as palavras de ordem. E, depois de ouvir bastante, voltei para casa com algumas sementes.

Da primeira mesa que falou sobre a consulta e o quanto do que se vê e fala é destino ou livre-arbítrio... E, sempre, temos várias questões em relação a isso. O que eu penso é que claro que tarot faz previsão e é claro também que podemos tirar orientações e meditações sobre resultados e caminhos. Penso que, em parte, é do "approach"do consulente, da pergunta. Por vezes também, ao fazer a leitura, a previsão é vista, é dada... intuição? Claro. E experiência também. Talvez uma coisa seja perguntar: "O que eu preciso saber sobre ...?" e outra, perguntar: "Qual o melhor caminho para ...?"

Além disso, acredito que existem cartas, combinações e situações estão absolutamente fora do controle, das mãos. Ou alguém quer se enganar que controla a Roda da Fortuna? Podemos, sempre, aprender a lidar com ela, com o que acontece e fazer passagens de forma mais fácil ou mais difícil, mas é como querer segurar a engrenagem do tempo - ha ha

Outra questão interessante ao qual eu fiquei pensando... será que, quando tiramos uma carta numa leitura, não nos colocamos tanto dentro daquela energia que seja por destino ou seja pelas nossas ações frente àquele arquétipo coletivo, deixamos que se manifeste? Ou ainda, nos inclinamos na mesma direção da leitura, porque o tarot está introjetado dentro da gente?

Eu penso nisso, principalmente, porque eu acredito em ler para si e o faço todo mês. Será que não é o entregar-se ao arcano que desponta?

Da segunda mesa, eu continuo trabalhando o tarot pelos símbolos... e acho importante que cada um tenha a sua linha muito clara... porque é isso que faz o trabalho consistente. Diferente entre os tarólogos, mas se não for embasado...

Da terceira mesa, uma coisa me pegou mt: o cuidado com o consulente. Não que não seja uma prática. Mas será que não deixamos, antes de começar a leitura, julgar as pessoas pelos seus motivos para a consulta? Sem dúvida que, conhecendo e buscando, vamos nos envolvendo e querendo fazer a coisa acontecer... mas o quanto do nosso mundo não nos distancia do consulente nos primeiros 2 minutos? Ai ai ai...

Ah, e ainda tem a coisa do autoconhecimento... que eu prometo que vou falar mais em um posting próximo, por que eu sim, acredito que o conhecimento de si só se dá na vida em relação aos outros. Ao que o outro provoca, suscita em cada um de nós. "Homem, conhece aos Deuses para conhecer-te a ti mesmo". Sempre a uma relação com o que está fora. Superior ou mediano.

Por fim, deixo as sementes, alguns pensamentos meus e queria muito fazer um outro encontro de tarólogos logo... gosto de falar tarot! Minha segunda língua!

Pietra, taróloga sim, obrigada =)

domingo, 11 de agosto de 2013

8 - 2 = 6 de espadas

8 de espadas

É o pensamento que prostra. E se coloca perto do chão. Tantos, pensamentos que podem pesar de forma com que não sai de um ciclo. Vicioso. Doente. Corpo que se prende. Mente que se afoga.

Então, retira-se...

- 2 de espadas
O duelo dos pensamentos. Se cada uma das duas espadas, o conflito, aqueles pensamentos que se batem são separados ou retirados da equação...

Chega-se
= 6 de espadas
A uma passagem mais racional sobre os sentimentos turbulentos. Seguir em frente.

Para libertar-se de uma prisão de pensamentos é necessário retirar aqueles que geram a dor e o conflito mental. Assim, segue-se, mais racionalmente. Toca-se em frente.


Pietra, espadachim

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sobrescrito roxo - arcano 13

Quem leu "As intermitências da morte" de José Saramago sabe que a morte resolveu, depois de um período de greve, mandar à pessoas sobrescritos roxos com a data de sua morte para que pudessem terminar quaisquer questões que precisassem antes de morrer. - Calma, não se trata de um spoiler.

Refletindo um pouco sobre a carta da Morte, notei que ela tem um movimento muito parecido. Quando ela pinga em uma leitura, quem é do ramo logo pensa: lá vem mudança, transição etc e tal. Quem não é, logo se assusta... muito por conta da ideia que a Morte passa pela dor e pelo luto e por emoções que são de fato muito dolorosas...

E, por mais que nós, tarólogos, tentemos colocar uma cobertura de açúcar sobre a interpretação da carta, o que ela traz é exatamente o que está posto... Aliás, curioso pensar que muito do que está nos símbolos pode ser bastante literal.

Morte tem ritual, tem funeral, tem desapego, tem lágrimas... e tem uma partida. Sempre uma partida. Não sabemos bem para onde... e ainda quando... a questão é que os moribundos passam as fronteiras e se vão. Quem dera, em paz.

O arcano 13 traz, claro, a ideia toda da vida nova... seja em vida ou em morte. A questão é que nem sempre é simples deixar ir... Nosso mundo físico prevê muitas mazelas e dores. Talvez, e isso estou dizendo de forma fria, é observar os rituais. Existem os momentos que nos revoltamos com o que é divino, outras que nele buscamos conforto.

Meu ponto final nessa história toda é que não estamos prontos. Mas ela vem. Gadanha afiada, peito sangrando... E quando vc acha que está matando, ganha um pouco da estocada também.

É uma carta de trocas... dessas de dividir águas.

Pietra, enlutada

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Experiências de Morte


"A passagem difícil foi transposta sem que ele tivesse apercebido da proeza que havia cometido, mãos felizes faziam murmurar, falar, cantar, rugir o violoncelo, eis o que faltou a rostropovitch, esta sala de música, esta hora, esta mulher. Quando ele terminou, as mãos dela já estavam frias, as suas ardiam, por isso foi que as mãos se deram às mãos e não se estranharam.' José Saramago, As intermintências da morte, 2005
Todos as tivemos. 
Desde as pessoas que amamos e que passam a um novo plano... das coisas que terminam. Muitas vezes passamos incólumes por experiências que poderiam ter causado nossas partidas. Na maioria delas, acabamos sendo muito passivos à Morte. Ela chega e tudo que nos resta é o lamento, ou o luto, por vezes, o alívio de uma coisa muito ruim ter acabado. E quando somos nós que precisamos matar o que está velho e que, talvez, também precisa do mesmo alívio? Quando a morte vem das nossas mãos?

E se a morte nos enviasse um envelope roxo, uma semana antes, nos deixando o tempo para resolver o que se precisasse e poder partir em paz? Bom, de acordo com José (Saramago) o que pareceria um presente, acaba se tornando pânico... 

A Morte, 13, tem exatamente essa essência. De colocar as roupas na mala e virar os pés. Para outro tempo, nova realidade. Um dia, um terapeuta de luto me contou que o grande pulo do gato nessa coisa toda é aprender a viver de novo. Viver sem o que se foi. Ou viver novamente sendo recém-nascido para a vida. 

Nascer dói. Morrer também. Renascer idem. Abrir os olhos e perceber a vida nova deixada de lado a doença que nos acometia - qualquer que seja - tem o mesmo medo de não saber o que se encontra "do lado de lá". A questão, muitas vezes, é: o que realmente sabemos de qualquer coisa? De viver ou de morrer? Ou de matar?

A Morte, traz nela, sempre, o novo. Algo permanece. Seja lembrança, saudade... Os ossos do esqueleto da Ceifadora lembram que o fundamental, o que nos mantém em pé, continua lá... Vão-se os anéis, ficam os dedos... carpos e metacarpos. 

Por fim, agradeço poder estar viva e de poder deixar essas palavras =)

De Violetta Parra...
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

domingo, 4 de agosto de 2013

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Visita à exposição Mestres do Renascentismo

Com todo o estudo sobre Renascença, origens do tarot e neoplatonismo, e pela vontade pessoal, claro, não podia deixar de ir no Centro Cultural do Banco do Brasil e ver a exposição. Como toda exposição grande tem seu tanto de fila, mas vale muito a pena. Primeiramente porque trata-se também de uma visita a um prédio todo em arte-decô. Tem um café gostoso para o fim da visita e o centro velho de São Paulo é muito inspirador...

Na exposição, existe uma parte que mostra a parte arquitetônica e como o movimento se desenvolveu e uma linha do tempo muito completa falando dos artistas, seus trabalhos e um dos marcos foi o entendimento do Neoplatonismo dentro do cristianismo - porque era o que eles podiam fazer na época. E o que acabou fazendo toda a diferença em como e no que era representado nas cartas de tarot - tudo na mesma época.

O começo da exposição, mostra como as tendências começaram a se mexer em Roma... e que acabaram tomando a Toscana, o Vêneto e outros locais, como o Ducado de Mântua - de onde vem a minha família? Que alegria!

Os trabalhos retratados na parte romana são a transição do gótico para o renascentista. E essencialmente, falamos de 90% de arte sacra. Muitas Nossas Senhoras, muitas anunciações...

Agora, para perceber o meio desse movimento e, literalmente, ver o que vemos no tarot, segue-se ao segundo andar. E é tudo verdade. Os retratos tem tudo aquilo que colocamos na mesa... Hierofantes seguidos de coroinhas, julgamentos com anjos, imperatrizes sendo coroadas, reis de paus, de espadas, o eremita São Jerônimo e ali, colocada a ampulheta... tudo ali, como grandes cartas talvez pedindo para serem jogadas. Nos contando sua história e sua inspiração. A mostra do maravilhoso nas linhas do clássico conversa com a nossa civilização. E conversa nessa língua que abrimos nas jogadas das cartas.

Senti falta, sem dúvida, dos quadros que traziam mitos e lendas - como as arturianas. De novo, o grosso da exposição era arte-sacra. Mas não sei dizer sobre a tremenda emoção de olhar um - no caso, dois - Botticelli de frente. De ver a coisa de verdade. Obras de 550 anos... e que permanecem. 

Talvez como o tarot, esse espírito é o que conta... sua essência é tão imensa e tão significativa que não esvanece. Não se perde. Contempla-se. Busca-se símbolos.

A exposição é um tremendo momento de diálogo interno.

Pietra,
renascendo, neoplatonizando.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Das palestras que participei na Confraria Brasileira de Tarot - 2013

Foi um final de semana muito intenso!

Houveram encontros. Conhecemos pessoas novas. Muitos saíram encantados e todos com questionamentos, tenho certeza. E, obviamente, comigo não seria diferente. Então, das palestras que eu participei - pq esse ano eu disse que iria - seguem alguns aprendizados, entendimentos e questões =)

Na sexta-feira, a Confraria foi aberta pelo Paulo Vasc que veio lá do Rio de Janeiro e nos falou sobre correspondências possíveis entre a Astrologia e o Tarot. Sabemos que isso aparece de diversas formas e em vários decks, como no Thoth Tarot - do A. Crowley - mas o toque que ele deu e me deixou maluca foi chamar a atenção das pessoas para as cartas de corte.

Ele comentou que, no Tarot Mitológico (um querido da maioria dos tarólogos e, historicamente, um iniciador de tarólogos, afinal era o que tinha, editado pela Siciliano, lembram?), todas as cartas de corte mostram explicitamente a qual signo se reportam. Prestem atenção nos detalhes. E advinha onde está Libra? No Rei de Espadas... imagina isso... Acredito que essas dicas possa facilitar e muito a interpretação das cartas de corte. Para ver e conhecer o deck: http://www.clubedotaro.com.br/site/h23_20_mito_sonia.asp

No sábado, eu palestrei sobre as Virtudes Cardinais no cerne do tarot e como a filosofia Neoplatônica nos segue até hoje na interpretação do tarot e como pode nos ajudar a fluir melhor em sociedade. Um pedacinho da minha palestra está aqui: http://twitcasting.tv/f:531549197/movie/15821069

Também tive o privilégio de traduzir a palestra da taróloga norte-americana Donnaleigh de LaRose. Ela mantém um podcast incrível com entrevistas ótimas - historiadores, criadores de decks, vale mt a visita. Ela nos trouxe uma reflexão incrível de como nossas percepções podem nos fazer esbarrar nos significados do que o tarot traz. Assim, a analogia que fez foi de que uma leitura pode ser uma Casa de Espelhos, como dessas de parques de diversões. Vemos imagens, reflexos, distorções, esbarramos em vidros, batemos a cabeça. Então, é importante que possamos ir além das percepções mais imediatas, fechar os olhos e permitir que o tarot nos guie pelas mãos para entender o que está sendo dito. E isso é feito quando observamos o quanto do nosso ego está entrando na leitura... o quanto dos nossos conhecimentos prévios estão ali e o quanto podemos nos distanciar disso e olhar para o símbolo. O mesmo para o consulente. Uma proposta de exercício incrível foi fazer uma leitura como vc e depois, como uma outra pessoa. Uma outra dica poderosa é perceber o karma, mas não como punição e recompensa, mas como as ações tomadas tem reflexos e consquências... não boas, nem ruins... mas reflexos. Como nossas atitudes impactam outras. E como acabamos também por projetar e deixar projetar pelos outros sentimentos muitos. Vale a pena pensar o quanto de nós estamos colocando nos outros, nas leituras... Para conhecer o trabalho da Donnaleigh, acesse: http://www.donnaleigh.com e o podcast em http://www.tarottribe.com - vale dizer que está tudo em inglês.

Cansados? Não... que bom. Pq teve mais!

No início da manhã, acompanhei a palestra do Sr. Constantino Riemma, que cura o site Clube do Tarô. Ele nos falou sobre as mancias e como elementos da natureza, da sociedade se tornam mancias... e como conhecimentos que estão entre as pessoas simples do povo acabam ganhando ares mais seculares e das camadas sacerdotais por estudos... Assim, algumas mancias, como augúrios, por exemplo, podem ser fechadas e estudadas... mantidas. Outras, como a interpretação de sonhos, pode mudar de comunidade em comunidade e ter várias interpretações possíveis, todas certas. Uma outra questão é como os jogos se tornam mancias: dados, dominó, baralhos. Uma das conclusões que chegamos foi que  alguns instrumentos se tornam suportes. Pessoas com capacidades psíquicas, de canalização ou de um entendimento outro do mundo se tornam muito capazes de fazer com que as previsões se mostrem em cartas, por exemplo. E, pelo tempo e pela prática, acabam se tornando o que o tarot se tornou o que se tornou... e valendo dizer que isso tem 600 anos de história e um fechamento de significados (?) com pouco mais de 100... para pensar...

Uma das palestras que acompanhei no domingo foi da Zoe de Camaris. E foi sobre roteiros no tarot. Sem dúvida, a ideia de jornada, de jornada do herói é dada no tarot. Mas Zoe nos demonstrou como as imagens postas no cinema podem ser tanto imagéticas e claras das cartas e como os significados podem estar explícitos. Ela usou como exemplo o filme "O feitiço de Áquila"(1985) http://www.youtube.com/watch?v=1ODVyWqW4ps e como vemos claramente questões do Sol, da Lua, dos Enamorados, do Papa, do Diabo, do Eremita, do Louco... e fizemos um exercício delicioso de pensar em quais filmes encontramos um tema de cada carta... A Temperança na "Festa de Babete" ou Os Enamorados em todas as comédias românticas. Eu vejo a Morte em "Scoop" do Woody Allen... ou O Julgamento em "Questão de Honra"- incrível! http://youtu.be/5j2F4VcBmeo - Eu quero a verdade! Você não consegue lidar com a verdade... é o Julgamento.
Bastante para pensar e ver como os arcanos são vida e se refletem em arte. E como se tornam gatilhos de sentimentos e entendimentos.

Os queridos Leo Chioda e Gianne Portal abriram o projeto Arcana Vênus. Falaram sobre as possibilidades do amor e de amar. Na vida... e como isso reflete no tarot. O amor pode ser de paixão, de estabilidade, de amizade e de entrega... Juntamente com isso, ensinaram uma leitura ótima para aproximação de uma pessoa que toca num tópico ótimo: o arcano oculto. A leitura tem 3 posições básicas e se chama "O Encanto da Serpente". A primeira carta é quando a serpente sonda o ambiente... como estão as coisas, o terreno é limpo? Tem impedimentos? A segunda, a armação: o que é preciso fazer quando a "presa" é avistada. Recolhe-se? Mostra-se? E a terceira, o bote, como agir. Aí é que vem o arcano oculto. Soma-se os números das cartas tiradas anteriormente e tem-se O Veneno (de Vênus)  que mostra a melhor forma de atuar nesse romance. Uma dica interessante é colocar um tempo nessa leitura: como está o terreno nessa semana, mês, quinzena? Vale a pena experimentar!
Para conhecer mais desse projeto lindo, acesse: http://arcanavenus.wordpress.com/2013/06/16/arcana-venus/


Espero que, outros que estiveram conosco na Confraria possam compartilhar outras impressões, novas ideias e coisas muitas das palestras as quais eu não pude estar - sim, precisaria de um vira tempo!

Pietra,
feliz e descansada e ainda com muita coisa na cabeça!

terça-feira, 23 de julho de 2013

13 faíscas de sabedoria - A Morte

Como eu tinha dito anteriormente, assinei uma newsletter gratuita oferecida pela Joanna P. Colbert - que você pode assinar também no site: http://www.gaiantarot.com/free-stuff/

Escolhi A Morte porque é a carta da minha lunação e valia a reflexão, mas assinando você começa, a partir do dia seguinte, receber. Começa com O Louco.

Tradução livre minha.

Práticas Criativas para poder Brilhar.

A Morte
Para escrever em diário de tarot.
O que está terminando ou precisa ser terminado em minha vida?
Quais são as minhas crenças sobre a morte e a vida após a morte?
Como viveria minha vida se fosse diagnosticada com uma doença terminal? O que seria importante para mim?

A faísca criativa da Morte:
Escreva seu próprio obtuário. Parece meio macabro a princípio, mas é uma excelente forma de rever a vida e considerar o que deseja deixar como legado.

Comece agora. Não precisa ficar perfeito. Vá com o básico: datas significativas como nascimento, casamento, parentes, filhos, trabalho criativo, carreira - lembranças e conquistas.

Escreva sobre o que sua vida significa para você e quais foram as lições mais importantes que aprendeu.

Inclua uma foto sua que goste muito, até de diferentes momentos da vida. Aproveite e deixe isso escrito em um lugar que, quando vier a hora, seus familiares conseguirão encontrar.

Uma forma de fazer é como no livro "Not quite what I was planning: six-word memoirs by writers famous and obscure" (Não era bem o que eu planejava: memórias de seis palavras por autores famosos e obscuros): Amaldiçoada pelo câncer. Abençoada por amigos." Ou esta de Jane Goodall "Paz da floresta, compartilhar da visão, sempre otimista".

Pietra,
Amou o tarot, os bichos e as letras.

Oi, quanto tempo!

Oi, gente!
Realmente fazia um tempo que eu não escrevia aqui.

A Roda rodou e acabou por levar uma porção de coisas consigo. Mas também fez repetir coisas maravilhosas como a Confraria Brasileira de Tarot.

Este posting é exatamente um plano. Um plano de possibilidades e do que eu desejo colocar por aqui nos próximos dias.

Quero comentar algumas palestras da Confraria que me tocaram muito. Aprendi e notei coisas maravilhosas sobre o tarot, sua história, sua manifestação no mundo...

Outra coisa maravilhosa é que assinei uma newsletter criada pela Joanna P. Colbert, autora do Gaian Tarot, que se chama "22 sparks" e todos os dias recebo uma mensagem de uma carta diferente com reflexões a se fazer sobre ela.

Por fim, quero comentar algumas coisas interessantes que estão saindo no Grupo de Estudos do Sevenfold Mystery Tarot - que ainda está rolando. Se quiser participar, pode me escrever!

Aguardem muitas letrinhas pelos próximos dias!
Pietra

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Mais um exercício...

Um exercício interessante para ser feito diariamente... A proposta é da Aurora Díaz Fernández

"Algumas vezes o tarot para fazer uma pergunta de manhã. Eu começo da premissa que o subconsciente escolhe a pergunta e a resposta que preciso naquele dia. 

Pergunte para o Guia Espiritual:
Pegue uma carta. Olhe para ela e deixe a pergunta vir...

Resposta do Guia Espiritual.
Selecione a carta e receba a resposta.

Exemplo:
Pergunta: 4 de espadas. 
O que posso fazer para ficar com a mente em paz, para deixar os conflitos (mentais) do lado de fora?

Resposta: Pagem de Ouros
Pietra, pare e analise o que realmente está na suas mãos e concentre-se no que é de seu trabalho."

Que tal?

Pietra

terça-feira, 11 de junho de 2013

Grupo de Estudos

Tarot of the Sevenfold Mystery
Convido para o grupo de estudos que está aberto e explorando e refletindo sobre o deck Tarot of the Sevenfold Mystery de Robert Place.

Para mais informações, escreva! dichiaroluna@gmail.com

O Louco já está correndo nos postings do grupo!

Pietra

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Um exercício rápido de interessante...

Olhe seu baralho de tarot com calma... e separe as cartas que vc menos gosta.
Pode ser pela imagem mais tradicional, tipo, deusmelivre de uma Torre ou das ilustrações que estão presentes no baralho que estão na sua mão no momento.
Tarot Mitológico

Depois disso, olhe essas imagens com calma e pense: o que será nisso tudo que me incomoda tanto? Nesses símbolos vc encontra sinais importantes do que tem pesado na sua vida no momento...

Para finalizar e ter um conselho de como ajudar nisso tudo, ainda com as cartas separadas, tire uma carta e busque na imagem dela algo que lhe alegre ou acalente.
Neste símbolo está o seu conselho para lidar com os seus pesos com tranquilidade =)

Bom exercício!
Pietra

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Palestra na Convenção de Bruxas e Magos de Paranapiacaba 2013

Uma das conversas de tarot que teremos na Convenção deste ano será sobre leituras para si.

dustbean11.deviantart.com
Acredito que este é um grande desafio de muitos tarólogos e tarotistas.

A primeira coisa que sempre me colocam é que se trata de uma questão muito emocional e que, ao fazê-lo, corremos o risco de colocar açúcar onde não existe ou querer distorcer coisas que estão na nossa frente.

Nessa atividade, vamos discutir possibilidades de trabalho pessoal com o tarot, tanto para tranquilizar quem está lendo e aprendendo a se preparar para as possíveis Torres no meio do caminho.

Se podemos fazer pelos outros, por que não aproveitarmos o que sabemos?

Pietra

quarta-feira, 8 de maio de 2013

O que é a Confraria Brasileira de Tarot?

Arte de Leo Chioda e Euclydes Cardoso Jr.
A Confraria Brasileira de Tarot antes de ser um evento, é um estado. Um de encontro e trocas. Uma imersão no Mundo de 78 passos de sabedoria, de vivência humana. E é disso que a Confraria é feita: de pessoas!

Teremos aulas, palestras, rituais, workshops... palestrantes do Brasil todo e da taróloga norte-americana Donnaleigh de LaRose.

Assim, todos juntos, com o tarot em mente e em coração, nos encontraremos no inverno para homenagear as cartas que tanto amamos!

Confraria Brasileira de Tarot - 3a. edição
Faces da Lua
Rua Colônia da Glória, 414 - SP
Investimento: R$53,00

terça-feira, 7 de maio de 2013

Mente viva... ás de espadas

Pensando um pouco sobre os ases, pode ser que o de espadas seja o que menos se gosta, ou menos se entende... ou o peso sobre o naipe de espadas seja tão grande que quando o ás aparece, também dá um leve arrepio.

Pois bem. Uma experiência bem prática.

Em meio à situações pós-Torre, emerge o tal às. E quando tudo parece pontas e dores, vem a clareza e a boa ideia - e claro, por favor, tomar uma atitude... sempre ajuda!

Quando os ases aparecem são um prenuncio, um começo... Se eles chamam a começar, se dão o start, plantam a semente, por que não agir sobre eles?

Saia da sua própria mente. Corte os pensamentos que envenenam...

Ás de espadas e o fluir de pensamentos!

Pietra

segunda-feira, 6 de maio de 2013

Uma verdade sobre a Torre

A Torre é uma carta rápida. E tão devastadora que, quando aparece, geralmente nos deixa tão sem rumo e tão sem estrutura que o joelho bamba, as pernas falham. E o mundo cai mesmo.

A vantagem dessa coisa toda é a vida que ela descortina. Claro que, muitas vezes, precisamos é mesmo
deixar ou fazer a poeira baixar.

Mas fato: a Torre é muito rápida. E quando ela rompe, bom, logo em seguida, eu vi o Sol brilhando sobre a minha cabeça.

Pietra

quinta-feira, 25 de abril de 2013

De como a Torre pode ser inspiradora

Trilha sonora do filme "Valente"

Como uma estrela esse amor
mostrando dotes seja onde for
Amor que queima como o sol
uma luz que parece um farol
Pois conversar não adiantou
são palavras que o vento levou

Esses muros se derrubaram
quero sentir meus pés sobre o chão
deixar de lado o que atrapalhar
para ao ar livre estar

Porque ficou tudo tão ruim?
E ainda estamos tão longe do fim
E quando o dia se completar
será que, enfim, algo bom vai ficar?

Agora os muros se derrubaram!
Posso sentir meus pés sobre o chão
esse amor nós podemos mostrar
E ao ar livre estar
Amor que queima como o sol

Link: http://www.vagalume.com.br/manu-gavassi/ao-ar-livre-do-filme-valente.html#ixzz2RUPN6IuC

terça-feira, 23 de abril de 2013

O Louco

nos deixa sem medo de perder...

Ele simplesmente segue o caminho. Encanta-se com o que encontra pelo caminho.

O Louco é o ponto zero de um novo começo.

Pietra

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Uma experiência diferente

No encontro de tarot, que foi bastante informal, deste último 21/4, a proposta foi fazer trocas de leituras. E com tantas tarólogas juntas, não teve jeito: baralhos diferentes na mesa. Então partimos para uma experiência diferente: vamos ler com todos os decks juntos!

E assim foi.

As leituras feitas foram para ajudar cada uma das participantes e cada carta foi tirada de um deck diferente. O que aconteceu? Alguns fatos foram reforçados pela tirada da mesma carta de dois decks diferentes.

Vai mudar? Bom, duas Rodas da Fortuna na mesma leitura. Acho que sim.

Então, fica o convite. Já jogou com dois decks diferentes ao mesmo tempo?

Pietra


domingo, 21 de abril de 2013

O Louco... tarot e escrita

é o lápis se atirando na página em branco.
O Mago é quem escreve.
A Suma Sacerdotisa é a Musa que inspira.
A Imperatriz é a letra bonita.
O Imperador é a organização e a formatação da página.
O Hierofante é o enredo da história.
Os Amantes são a escolha das palavras.
O Carro, o mover dos olhos sobre as palavras.
A Justiça é o português correto.
O Eremita é a pontuação e a paragrafação.
A Roda da Fortuna é a virada da página.
A Força é o lápis que apontamos para continuar a escrever.
O Enforcado é a nota de rodapé.
A Morte é a mudança de inspiração.
A Temperança é o fruir da leitura.
O Diabo é o preço da publicação.
A Torre são as palavras que apagamos.
A Estrela é o imaginar do livro na prateleira.
A Lua é a noite que se dorme para as ideias amadurecerem.
O Sol é a alegria da obra terminada.
O Julgamento é a crítica.
O Mundo é o impacto no leitor.


quinta-feira, 11 de abril de 2013

Fazer de uma jornada, uma perigrinação

De Joanna P. Colbert, autora do Gaian Tarot
Tradução: Pietra di Chiaro Luna


The Seeker
Gaian Tarot

Escolha um local especial para visitar. Pode ser um local sagrado já conhecido, ou talvez um local especial, que tenha um sentido mais pessoal. Pode ser um local para escalar, um jardim, uma praia distante, um santuário.

Imagino que você irá dirigir até este local ou tomar algum tipo de condução. Quando chegar na área de seu local especial, imagino também que deverá algum tempo de caminhada para chegar até o local. Antes de sair, pense nos estágios de sua peregrinação:
- a jornada até o destino;
- o tempo que se passa neste lugar.
- a jornada de volta para casa.
Perceba as diferentes energias envolvidas em cada um desses estágios.

É muito similar a andar dentro de um labirinto (e um labirinto é exatamente uma forma de perigrinação).

Coloque uma intenção clara antes de sair:
- Hoje pretendo passar por surpresas muito agradáveis.
- Hoje eu rendo as minhas preces a _________.
- Hoje pretendo andar em gratidão por _______, sem nada perguntar, sem nada a reclamar.

Ou, leve um questionamento com você:
- Gostaria de um esclarecimento sobre ________.
- Hoje, me entrego ao divino para compreender ______.
- Hoje, peço cura a _______.

Leve consigo um diário, uma garrafa de água e um lanchinho. Leve também algo para ser uma oferenda ao local. Também leve algum tipo de texto sagrado, poemas, cantos, ou seja, algum tipo de texto inspirado. Serão para cantar, entoar na chegada ao local sagrado/ especial.

Se você segue com alguma companhia, combinem de passar um tempo da caminhada em silêncio, anotando impressões e pensamentos. E tirem um tempo para conversar e comparar suas impressões.

A medida com que se segue ao local, ocupe-se da escuta como Phil Cousineau escreve (1) e vá andando por beiras e caminhos alternativos, antes de chegar ao centro, do local e da questão.

Quando chegar ao destino, tire um tempo para a meditação, orações, desenhos ou escritas. Tirar fotos também é uma atividade contemplativa e que rende memórias.

Esteja aberta a tudo que venha ou aconteça, no local, no caminho para casa. Pode ser um diálogo interno, pode ser o encontro com um animal ou um pássaro. Pode ser um sentimento de bem estar, mas também pode ser que nada aconteça. "Livre-se de suas expectativas", escreve Mara Freeman. "A perigrinação é um processo que se desenrola e traz descobertas, muito mais do que ser um objetivo em si. As experiências espirituais tem uma questão meio desconsertante, pois podem acontecer em locais ou tempos que não pareçam adequados, então temos de nos livrar de programações ou planejamentos". (2).

Quando voltar para casa, pegue seu diário ou suas produções e se pergunte:
Qual foi o segredo essencial do dia? (3)

A magia e a mensagem de sua perigrinação continuará a se dar ao longo do tempo, mesmo que seja para o mesmo lugar ou para outros, agora ou em tempos diferentes.



  1. Phil Cousineau, The Art of Pilgrimage: The Seeker's Guide to Making Travel Sacred,pg. 126.
  2. Mara Freeman,Kindling the Celtic Spirit: Ancient Traditions to Illumine Your Life Through the Seasons, pg. 222.
  3. Phil Cousineau, The Art of Pilgrimage: The Seeker's Guide to Making Travel Sacred,pg. 103.

terça-feira, 9 de abril de 2013

X Convenção de Bruxas e Magos de Paranapiacaba

2013 - Sala temática de Tarot

Este ano a sala de tarot, coordenada por essa que vos escreve, terá uma preocupação e um destino para aqueles que dizem: eu sei tarot, mas não tenho coragem de ler. Para mim ou para os outros.

Bem, seus problemas acabaram!

O objetivo da sala, além de suas duas palestras, conversas, terá um horário no qual as pessoas poderão experimentar momentos de trocas de leituras. Assim, não ficaremos reféns de leituras não significativas, mas sim, orientados e seguros para olhar os arcanos e colocá-los em momentos cotidianos e práticos.

Teremos layout de leituras na lousa para prática e, por meio de trocas, a experiência de atender, ajudar, orientar e, claro, ser ajudado e orientado acontece.

Conversei com alguns pares na Mystic Fair do Rio de Janeiro, e percebemos o quanto é preciso tirar os arcanos das cartas e inseri-los no dia a dia.

Vamos?

A programação completa da Convenção que acontece em 24, 25 e 26 de maio de 2013, em Paranapiacaba, SP: http://convencaodebruxas.com.br/programacao/


Local: E.E.P.S.G Senador Lacerda – Salas Temáticas
EEsenador lacerda Franco
EE Senador Lacerda Franco
Sala 1 – Sala de Tarot
 Coordenação : Pietra di Chiaro Luna
A sala de tarot na X Convenção de Bruxas e Magos de Paranapiacaba, será trazer as praticidades do tarot e alguns de seus baralhos para estudantes, profissionais, consulentes e curiosos.
11hs – Palestra com Pietra di Chiaro Luna
13hs – Palestra com Janus: O Tarot dos Dragões
14h30 até 17hs – Encontros para trocas de leituras
O objetivo dessa atividade é fazer práticas de leituras entre os participantes da sala. Assim, quem pouco conhece, quem está começando, terá oportunidade de aprender com outros estudantes ou tarotistas técnicas de tiragens e praticar a leitura para outras pessoas. Um momento de soltar a intuição e o conhecimento simbólico.

segunda-feira, 1 de abril de 2013

Confraria Brasileira de Tarot - 2013

Snowland Tarot - Janet Boyer
Além da data que já fechamos e das alegrias que teremos com o encontro com os velhos amigos, com
os novos que conheceremos. Com todo o papo que vamos colocar em dia...

A Confraria é o encontro de irmãos, de quem ama o tarot e quer estar por ele e seu estudo. Por isso, no frio de julho, no meio do inverno, nos juntamos com sorrisos, com cartas... quiçá queijos e vinhos.

Gente do RJ, do Paraná, de SP, de MG... somos todos brasileiros, tarólogos e verdadeiros com as cartas da vida.

O que vamos fazer esse ano é abrir a Confraria no dia 19 de julho com uma palestra muito especial... e seguindo com palestras e atividades muitas pensando nas trocas entre o tarot e outras disciplinas.

Em breve, confirmaremos a programação. Mas, adianto que poderão contar com sr. Constantino Riemma, do Clube do Tarot; Zoe de Camaris; Claudia Mello, do Via Tarot; eu e o Edu, claro.

Esperamos por todos os queridos que levam o tarot no peito!

Pietra

domingo, 31 de março de 2013

Palestra na Mystic Fair Rio de Janeiro - 2013

www.mysticfair.com.br
Com muita alegria venho contar que tenho palestra confirmada na Mystic Fair do Rio de Janeiro.

Será uma conversa sobre Tarot como instrumento mágico e todo o arcabouço de possibilidades que
representações tão humanas podem nos emprestar.

O tarot simboliza a gama de situações a que nossas vidas estão dispostas, assim, podemos, frente a momentos pouco favoráveis pensar em possibilidades de atuação e de entendimento, para ganhar, como sempre, uma lição.

A palestra acontece dia 7/04, às 11hs, no Anfiteatro do Clube Monte Líbano.
Av. Borges de Medeiros, 701 - Lagoa, RJ
Ingresso: R$15,00
Transporte gratuito a partir do metrô METRÔ GENERAL OSÓRIO

Vamos?
Pietra

sábado, 30 de março de 2013

Tudo no Mundo

Está nas 78 cartas. E não tenha dúvida! Tudo que já se passou ou irá se passar um dia, mais ou menos, está, esteve ou estará representada naquelas cartas...

De forma que, não se pode esquecer... tudo pode começar com um Mago espertinho e certamente passa
por mudanças e transformações, Morte e a Roda, e de tudo, coletamos um pouco, Mundo.

Por mais que o coração e a mente sejam perfurados por espadas, 3, 8, 9 sempre haverão 3 copas de bálsamo ou 4 paus de alegria.

Ser humano e estar inserido nos 78 degraus realmente produz sabedoria, pois são muitos os passos que dançam e se trocam em 78 temas de vida.

Pietra, feliz por ser taróloga

sábado, 23 de março de 2013

Entre os conselhos...

Agradeci à Justiça pelas suas lições.

E abri o deck novamente. O Louco pulou.

O que vem pela frente?

Pietra, enLOUqueCidA

sexta-feira, 22 de março de 2013

Justiça

e a colocação das coisas em seus lugares.

Shadowscapes Tarot
Justiça
Sempre tive uma impressão de que a Justiça é fria e sisuda.

Um mês convivendo com essa virtude, o que em si, já não é uma tarefa simples, faz pensar em muitas coisas que vai muito além de uma ideia muito utópica de Justiça.

Sempre que lidamos com tarot, a primeira coisa é sempre o significado daquele signo. Existe já, para cada um dos arcanos, uma espécie de cara, um arquétipo do arquétipo. Ou seja, quando vemos Morte, imediatamente pensa-se, mudança. Ou Torre, desgraça... e por aí vamos. E talvez uma dessas caras da Justiça, seja uma coisa de toma lá, dá cá. O que em si, não é uma coisa errada. Porque existe mesmo essa coisa de "Karma police", o que geralmente é a nossa consciência.

Bom, claro que os anos de lida com o tarot, os estudos e a coisa toda, dão uma perspectiva. Uma ideia. E sempre que uma carta aparece, acabamos tendo um relance do que ela quer dizer ou do tema que vem nos discursar.

A Justiça, claro está, tem sim seus meios e tem seu pagamento correto, e a atitude correta... e também, que se não for por ela, também tem suas compensações: quem não age corretamente, engana, faz troça, perde clientela, por assim dizer.

Um aspecto, porém, que me chamou muito sobre a Justiça entre essas duas últimas luas cheias, foi a questão do reconhecimento. A Justiça é justa e nos pede que o sejamos, ou seja, que se há uma balança, que tentemos perspassar os dois pratos. Um nosso, o outro, coletivo, afinal, cada conflito tem dois lados da moeda... e quem sabe, a Justiça seja a verdade.

Bem, o reconhecimento, tanto da situação do outro, como da sua como prato autêntico de uma situação, pode, muitas e muitas e MUITAS vezes, não levar a um resultado desejado (aliás, vamos dizer que o desejo é sempre um complicador das coisas... quanto se deseja e, na mesma medida, o quanto se frustra), mas leva a um reconhecimento. De posturas. Do que eu fiz bem, fiz mal, o que poderia mudar... o que deve permanecer.

Talvez todas as cartas de virtude apareçam para essa limpeza interior, principalmente, se estamos falando de leituras para si ou para crescimento e entendimento de uma situação.

A Justiça vem falar de andar correto e coeso. Mas não de ferro e fogo, pois antes de tudo, somos seres humanos... que inclusive, idealizam a tal Justiça. Ordem do Universo coloca as coisas em seus lugares, inclusive ou principalmente, para quem vem trabalhando para o melhor... ou para o que acredita ser o melhor. A questão é que o reconhecimento, tanto de falhas quanto de um trabalho bem feito nos coloca em outro patamar, pois é o valor que está por trás que conta.

Fins justificam os meios? Em muitos casos, a maioria extrema, não...
Mas é a autenticidade e a busca, nem que seja em nossos meios tortos, de um bem viver que nos colocam em pratos mais equilibrados na vida.

Pietra, da Justiça (dessa toda aí de cima) como uma coisa muito libriana mesmo.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Gaian Tarot em estudo interativo

Sem dúvidas, o Gaian Tarot foi uma das publicações mais aguardadas e todos ficaram muito gratos à Llwellyn Publications por publicar essa obra linda!

Ainda assim, por mais que a Joanna, a autora, seja uma pessoa bacana suficiente para deixar na sua página praticamente tudo que está publicado no livro em seu site, o material ainda não chegou para a língua portuguesa.

A beleza dos desenhos, a inspiração numa espiritualidade da Terra e de valorização da comunidade e do mundo ao nosso redor.

Resolvi, então, proporcionar a quem se interesse um estudo interativo do Gaian Tarot, em português. Todos os dias, sorteio uma carta e traduzo seus conteúdos para ponderação na página do Chá de Tarot, no Facebook.

Um dos objetivos é conhecer a fundo as ideias que inspiraram esse deck que se gosta tanto. O porque algumas cartas mudaram um pouquinho de cara e que tipo de contribuição pode-se ter frente ao entendimento e simbolismo dessa artista.

Quer participar?
É só curtir o Chá de Tarot no Facebook: https://www.facebook.com/ChadeTarot

Página do Gaian Tarot: http://www.gaiantarot.com

E se vc quiser comprar esse deck aqui no Brasil, peça à Priscilla, no Amor, o Próprio: http://amorproprio.net/produtos/gaian-tarot/

Pietra, estudando tarot de forma leve, sem bitolação!

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Autenticidade

Shadowscapes Tarot
"Autenticidade provém da consciência da nossa finitude, e a consciência da Morte leva a considerar grandes questões a propósito da existência (...)" Marilena Chauí, a cerca da filosofia de Heidegger.

Por conta da Morte que apreciamos a relidade do nosso ser-aí. O ser se revela em si mesmo por ações autênticas, pela aparência da verdadeira essência.

Autenticidade, de Heidegger, me faz pensar um tanto no Julgamento... e no ser-aí.

Pietra

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Tiragem do dia...

É muito conhecido o exercício de tirar uma carta por dia... com suas diversas variações.

Algumas abordagens possíveis são:
- Como será meu dia hoje?
- O que preciso aprender no dia de hoje?
Tirar a carta no fim do dia: O que eu tinha de observar?
- Como fui (arcano) hoje?

Venho usando bastante frequentemente é: qual postura devo ter no dia de hoje?

E, que tal o dia de hoje?

O que vem acontecendo comigo é que, muitas vezes, parece que a carta que eu tiro hoje, se manifesta no dia seguinte. O que pode mostrar mesmo o quanto o tarot é uma ciência humana e não exata, que não se comporta em datas ou quantidade de horas. É o movimento de cada qual... e o acomodar de uma ideia, um pensamento, uma tendência...

Sem dúvidas, por vezes, vemos nossos arcanos diários acontecendo. E nos ensinando coisas valiosas. Mas, como movimento humano ou mesmo compreensão, uma carta não necessariamente cabe dentro de um dia. De 24hs.

Aprender com o tarot diário é ter um espelho para cada um de nós tempo todo. Onde você se reflete nesse ou naquele arcano? Como você percebe esse mesmo arcano em quem te cerca? Ver o tarot funcionando no cotidiano é a mostra de que as páginas soltas do baralho, do oráculo nos ajuda a construir nossas vidas. De todos nós. Tarot é gente. É vida. Para cada um de nós... igualmente =)

Pietra

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Espadas: isso é coisa da sua cabeça

Sem dúvida que, quando vira-se uma carta de espadas numa jogada, numa leitura, ou o tarólogo ou o consulente torcem o nariz. O tarólogo por realmente compreender o que aquilo pode significar. O consulente porque enxerga aquela imagem e pode pensar num tanto de coisas.

E, penso, que é exatamente aí que está o pulo do gato desse naipe: pensar sobre as coisas.


As espadas revelam o mundo mental, racional e aquilo que fica dentro da nossa cabeça. A cabeça, por sua vez, em cima de todo o resto do corpo, tem um controle - evidentemente - enorme sobre todo o resto. Com espadas, ela pesa. E por mais imateriais que pensamentos sejam, eles acabam por tirar visão, equilíbrio e até ação.

Os pensamentos, a imaginação e mesmo a comunicação que, quando bate na cabeça pode ter milhares de interpretações - ah, subjetividade! - acabam por encharcar o cérebro de muitas outras imagens. E assim, os pensamentos podem sair da racionalidade e, até da realidade.

Quando aflito por espadas, não se esqueça: está na sua cabeça e não necessariamente no mundo. Pode tirar o sono. Pode estremecer o coração. Pode prender em um looping histérico de pensamentos. Pode pedir um trégua. Dentro de si.

Assim, quando uma carta de espadas aparece, acredito que o principal seja fazer o possível para compreender qual é o impulso que precisa ser tomado - uma arma, um ataque? E ser calmo e RACIONAL: o que está realmente dentro de mim? Por que me deixou passar mal com esse 3? Por que estou me aprisionando nesse 8? Do que estou acordando com esse 9?

10? Esquece! Se solta, porque agora, como diz meu pai, morreu o Neves =)

Pietra, que esteve entre mts espadas em janeiro

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Eremita

Tudo começa com um retiro... Com o que acontece e convida a refletir, solitariamente.

Depois, vem o tempo. E creio que aqui fica um dos elementos chave do Eremita. Pois é com o tempo que a vida se clarifica. Que pode-se entender o que é que está acontecendo, e de onde vem as tais linhas tortas. Para onde elas vão.

A lamparina do Eremita é um chama e não um farol. É uma pequena alma de fogo.

Antigamente, era uma ampulheta. E nela, reside a passagem lenta da areia de um gradiente a outro do instrumento. Ela cai, inexoravelmente. E ainda, lentamente. Quando se coloca entre as areias, quase se afoga, é verdade. Mas ela passa. E se mistura.

Penso na paciência de observar. Tempo. Paciência... é tão diferente dos movimentos que vieram até agora. Observar a chama. Até onde ela ilumina?

Um dia após o outro. Uma noite após a outra. É nas lições do dia que a sabedoria do Eremita se constrói. Por entre todos os dias e todas as noites de sua vida. Ou dos momentos nos quais o Eremita se apresenta.

O Eremita em um mês ou em uma leitura ou como um conselho é um arcano de silêncio. Não significa que se tenha de enfiar em uma caverna ou se isolar fisicamente das pessoas, mas é uma chamada e um aviso que apenas o indivíduo pode resolver o que está consigo. E que são suas experiências e o que se constrói que lhe será guia. É uma viagem interna, de não contar com quem está ao lado.

9. É o fim dos numerais de um algarismo. Daí pra frente, o padrão muda... É a junção de tudo que já se fez e um pulo para o que se transforma.

Pietra