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Este é um blog destinado a falar de tarot. Para escrever sobre tarot e suas infinitas possibilidades. Para ler tarot, presencialmente ou online.

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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

3o. Fórum Nacional de Tarô - BH

Eu fui! hehehe

Fórum é sempre bacana porque tem uma natureza muito diferente da Confraria. Claro que nos dois tem encontro, conhecer gente nova, bater papo... Mas, a Confraria também tem forte nela o estudo, aprender e ensinar. No Fórum, conversar, ponderar e refletir são as palavras de ordem. E, depois de ouvir bastante, voltei para casa com algumas sementes.

Da primeira mesa que falou sobre a consulta e o quanto do que se vê e fala é destino ou livre-arbítrio... E, sempre, temos várias questões em relação a isso. O que eu penso é que claro que tarot faz previsão e é claro também que podemos tirar orientações e meditações sobre resultados e caminhos. Penso que, em parte, é do "approach"do consulente, da pergunta. Por vezes também, ao fazer a leitura, a previsão é vista, é dada... intuição? Claro. E experiência também. Talvez uma coisa seja perguntar: "O que eu preciso saber sobre ...?" e outra, perguntar: "Qual o melhor caminho para ...?"

Além disso, acredito que existem cartas, combinações e situações estão absolutamente fora do controle, das mãos. Ou alguém quer se enganar que controla a Roda da Fortuna? Podemos, sempre, aprender a lidar com ela, com o que acontece e fazer passagens de forma mais fácil ou mais difícil, mas é como querer segurar a engrenagem do tempo - ha ha

Outra questão interessante ao qual eu fiquei pensando... será que, quando tiramos uma carta numa leitura, não nos colocamos tanto dentro daquela energia que seja por destino ou seja pelas nossas ações frente àquele arquétipo coletivo, deixamos que se manifeste? Ou ainda, nos inclinamos na mesma direção da leitura, porque o tarot está introjetado dentro da gente?

Eu penso nisso, principalmente, porque eu acredito em ler para si e o faço todo mês. Será que não é o entregar-se ao arcano que desponta?

Da segunda mesa, eu continuo trabalhando o tarot pelos símbolos... e acho importante que cada um tenha a sua linha muito clara... porque é isso que faz o trabalho consistente. Diferente entre os tarólogos, mas se não for embasado...

Da terceira mesa, uma coisa me pegou mt: o cuidado com o consulente. Não que não seja uma prática. Mas será que não deixamos, antes de começar a leitura, julgar as pessoas pelos seus motivos para a consulta? Sem dúvida que, conhecendo e buscando, vamos nos envolvendo e querendo fazer a coisa acontecer... mas o quanto do nosso mundo não nos distancia do consulente nos primeiros 2 minutos? Ai ai ai...

Ah, e ainda tem a coisa do autoconhecimento... que eu prometo que vou falar mais em um posting próximo, por que eu sim, acredito que o conhecimento de si só se dá na vida em relação aos outros. Ao que o outro provoca, suscita em cada um de nós. "Homem, conhece aos Deuses para conhecer-te a ti mesmo". Sempre a uma relação com o que está fora. Superior ou mediano.

Por fim, deixo as sementes, alguns pensamentos meus e queria muito fazer um outro encontro de tarólogos logo... gosto de falar tarot! Minha segunda língua!

Pietra, taróloga sim, obrigada =)

domingo, 11 de agosto de 2013

8 - 2 = 6 de espadas

8 de espadas

É o pensamento que prostra. E se coloca perto do chão. Tantos, pensamentos que podem pesar de forma com que não sai de um ciclo. Vicioso. Doente. Corpo que se prende. Mente que se afoga.

Então, retira-se...

- 2 de espadas
O duelo dos pensamentos. Se cada uma das duas espadas, o conflito, aqueles pensamentos que se batem são separados ou retirados da equação...

Chega-se
= 6 de espadas
A uma passagem mais racional sobre os sentimentos turbulentos. Seguir em frente.

Para libertar-se de uma prisão de pensamentos é necessário retirar aqueles que geram a dor e o conflito mental. Assim, segue-se, mais racionalmente. Toca-se em frente.


Pietra, espadachim

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Sobrescrito roxo - arcano 13

Quem leu "As intermitências da morte" de José Saramago sabe que a morte resolveu, depois de um período de greve, mandar à pessoas sobrescritos roxos com a data de sua morte para que pudessem terminar quaisquer questões que precisassem antes de morrer. - Calma, não se trata de um spoiler.

Refletindo um pouco sobre a carta da Morte, notei que ela tem um movimento muito parecido. Quando ela pinga em uma leitura, quem é do ramo logo pensa: lá vem mudança, transição etc e tal. Quem não é, logo se assusta... muito por conta da ideia que a Morte passa pela dor e pelo luto e por emoções que são de fato muito dolorosas...

E, por mais que nós, tarólogos, tentemos colocar uma cobertura de açúcar sobre a interpretação da carta, o que ela traz é exatamente o que está posto... Aliás, curioso pensar que muito do que está nos símbolos pode ser bastante literal.

Morte tem ritual, tem funeral, tem desapego, tem lágrimas... e tem uma partida. Sempre uma partida. Não sabemos bem para onde... e ainda quando... a questão é que os moribundos passam as fronteiras e se vão. Quem dera, em paz.

O arcano 13 traz, claro, a ideia toda da vida nova... seja em vida ou em morte. A questão é que nem sempre é simples deixar ir... Nosso mundo físico prevê muitas mazelas e dores. Talvez, e isso estou dizendo de forma fria, é observar os rituais. Existem os momentos que nos revoltamos com o que é divino, outras que nele buscamos conforto.

Meu ponto final nessa história toda é que não estamos prontos. Mas ela vem. Gadanha afiada, peito sangrando... E quando vc acha que está matando, ganha um pouco da estocada também.

É uma carta de trocas... dessas de dividir águas.

Pietra, enlutada

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Experiências de Morte


"A passagem difícil foi transposta sem que ele tivesse apercebido da proeza que havia cometido, mãos felizes faziam murmurar, falar, cantar, rugir o violoncelo, eis o que faltou a rostropovitch, esta sala de música, esta hora, esta mulher. Quando ele terminou, as mãos dela já estavam frias, as suas ardiam, por isso foi que as mãos se deram às mãos e não se estranharam.' José Saramago, As intermintências da morte, 2005
Todos as tivemos. 
Desde as pessoas que amamos e que passam a um novo plano... das coisas que terminam. Muitas vezes passamos incólumes por experiências que poderiam ter causado nossas partidas. Na maioria delas, acabamos sendo muito passivos à Morte. Ela chega e tudo que nos resta é o lamento, ou o luto, por vezes, o alívio de uma coisa muito ruim ter acabado. E quando somos nós que precisamos matar o que está velho e que, talvez, também precisa do mesmo alívio? Quando a morte vem das nossas mãos?

E se a morte nos enviasse um envelope roxo, uma semana antes, nos deixando o tempo para resolver o que se precisasse e poder partir em paz? Bom, de acordo com José (Saramago) o que pareceria um presente, acaba se tornando pânico... 

A Morte, 13, tem exatamente essa essência. De colocar as roupas na mala e virar os pés. Para outro tempo, nova realidade. Um dia, um terapeuta de luto me contou que o grande pulo do gato nessa coisa toda é aprender a viver de novo. Viver sem o que se foi. Ou viver novamente sendo recém-nascido para a vida. 

Nascer dói. Morrer também. Renascer idem. Abrir os olhos e perceber a vida nova deixada de lado a doença que nos acometia - qualquer que seja - tem o mesmo medo de não saber o que se encontra "do lado de lá". A questão, muitas vezes, é: o que realmente sabemos de qualquer coisa? De viver ou de morrer? Ou de matar?

A Morte, traz nela, sempre, o novo. Algo permanece. Seja lembrança, saudade... Os ossos do esqueleto da Ceifadora lembram que o fundamental, o que nos mantém em pé, continua lá... Vão-se os anéis, ficam os dedos... carpos e metacarpos. 

Por fim, agradeço poder estar viva e de poder deixar essas palavras =)

De Violetta Parra...
Gracias a la vida que me ha dado tanto
Me dio el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

domingo, 4 de agosto de 2013