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sábado, 10 de janeiro de 2015

Oráculos, Deuses e a busca humana pelo vir a ser...

Numa feliz visita ao American Museum of Natural History fiquei bastante impressionada com a parte "humana" da exposição permanente. Parece bobagem, mas pensando no museu em si, vem mt a coisa dos dinossauros e suas ossadas, de animais de diferentes locais do mundo. Porém, nos esquecemos, infelizmente, que somos parte da História Natural, que somos animais e que somos parte da natureza. Que nossos movimentos são sim biológicos e que formamos grupos que se moveram pela Terra como grupos de animais e que nossos hábitos também são como os deles. De todos. Assim, uma boa parte da exposição mostrava o desenvolvimento humano de diversos grupos. E um dos que mais me chamou a atenção foram os africanos. Possivelmente porque temos muito contato com essa cultura pela nossa formação social, afinal o que não é a influência africana no desenvolvimento da humanidade brasileira?
Central a quase toda sociedade africana era o oráculo. Poderia ser um médico, sacerdote (isa), chefe ou todos ao mesmo tempo. Todos são aspectos de uma necessidade essencial da ordem física e social. O termo "bruxo (a)" não se encaixa. O "medico" como é melhor denominado pois traz uma cura. O sacerdote pode forçar a cura. A divinação, no entanto, deve vir primeiro. Pode ser feita de várias formas. Todas as fofocas se convergiam sobre o oráculo, desde uma reclamação social como um roubo ou adultério, geralmente, ele já sabia a resposta vinda de uma forma divina. Caso seja algo físico, o conhecimento do grupo ou do "médico" era utilizado. Para questões menores, poderia ser aconselhado a obter um fetiche apropriado, para cura ou proteção. Quando um problema ia além do físico, entramos no campo da fé.


Objetos usados pelo oráculo.

Placa explicando alguns fetiches e oráculos.

Bem, em grupos africanos antigos que viviam nas planícies, as mulheres eram imensamente valorizadas como sacerdotisas, médicas, chefes, mães e oráculos. E sua fonte de leitura eram objetos simples que, dispostos de uma certa forma, davam a previsão. Não vejo como isso é diferente do tarot. São cartas, simples, que dispostas juntas, dão uma previsão, um conselho. O que eu acho mais curioso de tudo é como isso sempre esteve conosco... aves que trazem augúrios, conchas, dados, cartas, nuvens, fumaça... O que está acontecendo em nossa terra? O que acontecerá entre as pessoas? Penso que por milênios, as questões humanas sempre foram as mesmas... A diferença? Quando a humanidade entendia-se como parte do ambiente que a cerca, a visão do mundo e dos seus movimentos também mostravam o seu próprio. Era parte intrínseca dos grupos humanos. Hoje existe mt mimimi sobre adivinhação, previsão e aconselhamento espiritual. Existe picaretagem? Sem dúvida, mas porque igualmente passou-se a aproveitar-se da boa vontade alheia. A coisa saiu da esfera do clã, do grupo e por ser pública, pode atrair coisas erradas... em quem lê ou em quem é lido. Talvez seja o que pagamos pelo crescimento e universalização do mundo.

De qualquer forma, confiar no oráculo é confiar no rastro humano. No que a natureza tem a dizer. No que anos e anos de humanidade têm a mostrar como lição. Todos estivemos lá... voltaremos... cometeremos erros e subiremos em glória.

É... consulte sempre um oráculo!

Pietra

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