Andar com um tarot na bolsa é uma coisa bem comum entre tarotistas. Algumas vezes, troca-se o deck. Como uma vontade de estar com um amigo, um novo baralho vai passear.
Ter esse deck na bolsa faz com que se tenha muitas oportunidades para olhar as cartas. Nem que seja para relembrar os símbolos, conhecer coisas novas ou conversar com aquelas cartas.
O Gaian Tarot é a minha companhia atual. Desses decks dos quais se tem muita intimidade. Me lembro dele sendo feito... me lembro da edição de colecionador chegando... me lembro da promessa dele sair pela Llwellyn... me lembro de comprá-lo pequeno para não ter de andar com cartas de 10x15cm em papel reciclável e tinta de soja por aí - resumindo.
Foi, então, esperando um horário de visita em hospital que resolvi pegar o Gaian, o grande, para olhar. Sem dúvida, o clima do ambiente e do acontecia faziam um pano de fundo. Quase uma pergunta... Certamente o contexto.
Ali, sentada, mexendo nas cartas, puxei uma. Num movimento que, para os tarólogos, é corriqueiro, veio o desfecho daquilo tudo. 10 de copas..
Naquela ocasião que aprendi que copas são, de fato, emoções. E que seu comprimento definitivo, do 10, é também a última homenagem. Ato derradeiro de amor. Despedir-se. Sepultar com dignidade. Seguir em frente. Ter saudade.
O tarot é mesmo um amigo. Aquele que fica em sua caixinha ou saquinho. Que nos responde apenas quando perguntado ou mexido. Carregar tarot na bolsa é ter sim bolso cheio de memórias.
Pietra, trabalhando memorialismos de tarot
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