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segunda-feira, 23 de abril de 2012

Personagens e arcanos

Depois de uma pergunta, neste blog, sobre Penélope e seu papel como Justiça em um deck e rainha de paus em outro, fiquei pensando em como seria interessante explorar um pouco esse "mau entendido".

Na verdade, fiquei pensando em como um arquétipo pode caber em diversos personagens, mostrando tanto como personagens podem ser multi-facetados e arquétipos colocados em cada uma dessas facetas.

Mythic Tarot, de Liz Greene
Pegando o exemplo desses dois decks: Lover's Path, da Kris Whalderr e o Mythic, da Liz Greene, traduzido no Brasil pela Madras, Tarô Mitológico. Ambos decks usam histórias mitológicas para ilustrar o caminho dos naipes, dos arcanos menores. E, de fato, encontramos nas histórias das culturas e povos muitos dos arcanos e arquétipos do tarot. Por quê? Simples, porque são narrações contadas de pessoas, sobre pessoas para pessoas. E o narrar de histórias, sejam as míticas que explicam o mundo, pensamentos e crenças, sejam as tradicionais, folclóricas etc posicionam os humanos como humanos e dão o alento de que o que se passa, por pior que seja, já aconteceu e passou.

Lover's Path Tarot, de Kris Whalderr

Bem, um dos mitos que se repetem nos dois decks - e queria colocar que o Mythic é a base da minha formação como taróloga. E um deles é o mito de Psiquê. É um mito que explica como a alma (Psiquê) se encontra com o amor (Eros) e depois de passar pelas durezas do mundo físico (desafios de Afrodite), ela se diviniza. Alma encontra o Amor e vai aos Céus.

O que é interessante?
No Mythic Tarot, essa é a história do naipe de copas. E Afrodite é o Ás de Copas.
No Lover's Path, essa é a história do naipe de espadas. E Afrodite é a Rainha de Copas.

E, em outros decks, encontramos Afrodite/ Vênus em outras cartas/arcanos:
- Pagem de Copas: Animals Divine, da Lisa Hunt
- Amor, ou Enamorados: Goddess Tarot, da Kris Whalderr
- Mundo: Tarô Dourado de Boticelli.

O que isso quer dizer?
Quer dizer que uma Deusa, uma figura mitológica, uma ideia humana sobre o que é divino pode se encaixar em diferentes papeis em diferentes contextos.
Isso se relaciona aos significados que damos aos personagens, contextos, palavras.

Em um contexto de amor puro, Afrodite é uma senhora soberana do amor mais dourado e celeste.
Ela também pode nos ajudar a cuidar dos corpos dos mortos, como uma última homenagem e ato de amor.
Ela pode ser o calor do corpo físico que encontra outro.
Ela ama o Guerreiro, Ares; o menino Adônis...

Psiquê, nossa alma divinizada, pode ser a personagem de copas, nos mostrando como os sentimentos e as emoções fazem a alma evoluir. Ela também pode ser uma marca dos pensamentos e manifestações mentais que animam o corpo.

As marcas humanas estão em suas palavras. Em suas manifestações em diversas linguagens. Seja pelo tarot, pela escrita, pelas Artes Plásticas, encontramos o Amor, a Beleza, a Alma podem significar coisas diferentes para diferentes pessoas.

Emprestar uma delas para fazer um deck de tarot é usar uma alegoria. Porque o arquétipo é tão antiogo e humano quanto a própria humanidade. O deck é uma forma de enxergá-lo!

Pietra, de Afrodite

4 comentários:

  1. Lindo, Pi. Fiquei pensando nisso ao comparar os decks baseados em contos infantis - Inner Child, da Isha Lerne´; Whimsical, da Mary Hanson-Roberts; e Fairy Tale, da Lisa Hunt. Alguns personagens se repetem em posições diferentes também; e acho que a diversidade de interpretações traz riqueza tanto à análise dos contos (ou mitos), quanto das cartas. Muito a aprender!

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