Se a ideia fosse que, para evitar todos os desgostos, as pessoas tivessem uma semana para fazer seus testamentos, despedir-se, passar tudo do seu nome e evitar inventários?
Quando a carta da Morte aparece, será que é possível para uma preparação do que se vai?
DAs Intermitências da morte:
"E agora, absorvida como deverá estar na reorganização dos seus serviços de apoio depois de uma paragem de sete meses, não tem olhos nem ouvidos para os clamores de desespero e angústia dos homens e das mulheres que, um a um, vão sendo avisados da sua morte próxima, desespero e angústia que, em alguns casos, estão a causar efeitos precisamente contrários àqueles que tinham sido previstos, isto é, as pessoas condenadas a desaparecer não resolvem seus assuntos, não fazem testamento, não pagam impostos em dívida e, quanto às despedidas da família e dos amigos mais chegados, deixam-nas para o último minuto, o que, como é evidente, não vai dar nem para o mais melancólico dos adeuses. Mal informados sobre a natureza profunda da morte, cujo nome é fatalidade, os jornais têm se excedido em furiosos ataques contra ela (...)"
José Saramago, 2005
É o livre arbitrio... quando ela aparece, o que há de se fazer?
Pietra
Verdade: o que há de se fazer!
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