Já que eu estou lendo o livro da Mary Greer, Understanding the Tarot Courts, eu fui dar um pulo no blog dela e me deparei com um posting ótimo que fala de como podemos usar as funções de linguagem (Linguística) para nos ajudar a ler as cartas de tarot. Então, me inspirei tanto no meu curso de Estudos Literários quanto o amor pelo tarot e fiz essa pequena reflexão. Fica o convite para quem desejar olhar de um outro jeito, talvez um mais literário, para as cartas de tarot.
Tarot é uma linguagem. Já falei disso algumas vezes. E como tal, está sujeito a análises, conceitos e usos. Usos, alguns, de licenças poéticas. Quando usamos a linguagem, principalmente a escrita, para fazer Arte, estamos fazendo Literatura. E o bom autor literário é aquele que é capaz de fazer um bom uso das palavras, dando a ela sentido e poesia. E acredito que o mesmo seja para o tarot.
Uma vez que a linguagem do tarot é, primeiramente, pictórica, ela é muito impactante. E podemos nelas ver diferentes camadas de imagens e dar a elas muitas interpretações.
Pensando em funções de linguagem, ou seja, em formas de utilizar as imagens/palavras para enfatizar um elemento de comunicação, podemos pensar nas imagens que as cartas trazem de formas mais e mais profundas que podem servir em diferentes formas nas leituras ou meditações que se faz com os arcanos.
Nas leituras e interpretações das imagens do tarot, eu penso que 3 dessas funções se destacam:
A poética, a denotativa e a conotativa... a que pela pelo bom uso das imagens, como dizer bem através das imagens do tarot; a segunda, denotativa ou referencial, mostra as imagens tal qual elas são e falam de seu ser per se, sozinhas e isoladas; e a última, também chamada de emotiva, fala de como as imagens falam, dialogam com as pessoas, com o que entra em contato com ela.
Claro que as outras funções, como a Metalinguistica, podem aparecer, pois eu vi um exercício ótimo de usar outros arcanos para ajudar entender um arcano em questão. O mesmo para a fática, que fala do canal de comunicação.
Mas, voltemos as 3 primeiras... A que elas nos ajudam quando fazemos uma leitura?
A visão poética nos mostra o quão adequada a imagem é para o arquétipo do arcano.
A visão denotativa nos ajuda a chegar a interpretações bastante objetivas das cartas, fazendo uma tradução quase que literal do que se vê.
A visão conotativa ajuda a enxergar os lados mais subjetivos dos símbolos, vendo significados mais místicos, esotéricos e mesmo, emocionais.
A primeira é a nossa baliza para comprar um bom tarot, ou um deck que fale conosco e mantenha os símbolos dos arcanos; a segunda nos ajuda a ver detalhes e reconhecer os arcanos e seus elementos, além de trazer dicas objetivas de como interpretar e lidar com a carta; a terceira, a fazer a interpretação per se, ou seja, para olhar o que está além do símbolo, o que ele quer dizer ou representar. E isso tudo, acredito eu, faz a leitura mais rica, nos ajuda a compreender o que um artista pensou ao fazer seu deck e como podemos nos relacionar com essa Arte.
Tarot pode ser sim, uma coisa muito simples, e singela. Porém, como os mais belos escritos ou as mais belas pinturas, o quanto mais não podemos encontrar? Quantas coisas podemos achar em recortes de imagens e escritos? Quantas camadas de informação estão no que vemos, lemos, interpretamos? Tarot é igual... porque é a vida.
Os fatos, são de fato, fatos. Porém, o quanto mais não se adiciona a eles? O que nos leva a eles? O que vem depois?
Ah, tarot falante... ah cartas de beleza sem fim!
Pietra
Boas vindas a quem chega!
Este é um blog destinado a falar de tarot. Para escrever sobre tarot e suas infinitas possibilidades. Para ler tarot, presencialmente ou online.
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Sou louca por simbologia, num jogo não consigo deixar de admirar as imagens e em silêncio elas falam comigo de um jeitinho bem especial.
ResponderExcluirAdoro ler o que vc escreve, enche minha alma de alegria.
Bjs
Obrigada pelas palavras, Temperance...
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