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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Que carregas, Eremita?

Nessa pegada de como símbolos da humanidade progridem com o tempo - e talvez, com a especulação - vejo um arcano, com um símbolo que, dentro do arquétipo, ganhou uma modificação.

O Eremita.

O senhor que caminha ou que se leva para longe da civilização, como O Louco, carrega algo... E esse algo mudou com o tempo...

Uma ampulheta era o mais comum quando as primeiras cartas de tarocchi apareceram. E, o sábio, poderia ser inclusive, corcunda. Uma pessoa que em sua diferença das pessoas, carregava nas mãos, o tempo.

Com o passar, bem, do tempo, a ampulheta se tornou uma lamparina. E, embora o formato seja muito semelhante, as funções, para o ser humano são um tanto diferentes. Será que a forma de entendê-las seja igual?
Ansata Tarot

O Eremita nos fala de afastamento e de sabedoria. Um afastamento do burburinho da civilização para um retiro para dentro de si. Onde estão as respostas? Sim, sempre dentro e com o andar solo que podemos encontrá-las, em calma e paz. Agora, a lanterna e a ampulheta. O que elas dizem?
- que a sabedoria e as respostas que estão internas iluminam o nosso caminho?
- que é o tempo que nos permite perceber as respostas que precisamos?

Não será o tempo que permite que nossas experiências e conhecimento se tornem sabedoria. E antes da mudança do tempo, A Roda, não temos mesmo o lampejo da sabedoria? O reconhecimento do que precisamos fazer para efetivamente, fazê-lo?

Como disse Steve Jobs, talvez não consigamos juntar os pontos imediatamente a medida que fazemos as coisas, que estudamos que procuramos, mas que devemos continuar procurando até que encontremos - o que amamos - o que nos satisfaz. Seja uma resposta, um trabalho, um amor, um fazer.

Anda, Eremita... senta e observa... O que te melhor te apraz? Ampulheta ou lamparina?

Pietra, buscando algumas respostas

Um comentário:

  1. Olá. Descobri esse blog justamente pesquisando os símbolos da ampulheta e da lamparina. Tendo lido bastante sobre a psicologia junguiana e seus arquétipos, o que me precipitou em experiências de "imaginação ativa", em outras palavras, uma espécie de meditação. Há poucos minutos eu divisei numa divagação o seguinte: um recôndito à guisa de templo submarino, as arcadas de areia em ruínas, um conjunto de serpentes e cordas sublinhando a estrutura. Duas figuras estavam presentes: um homem touro com um manto d'ouro ostentando a lamparina e a mulher de negro, escorpiã, ostentando a ampulheta. Eles mantinham uma espécie de postura de sentinela, ao mesmo tempo de desafiantes. Pensei em Cronos, na lamparina com o Sol apanhado e as areias da ampulheta representarem o tempo, será? Sou um pouco cético. É isso... Gostei muito do seu texto, aliás.

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